O Brasil tem potencial para produzir, pelo menos, 50 mil toneladas por ano de peixes de água salgada produzidos em cativeiro, de acordo com o coordenador do laboratório de piscicultura marinha da Universidade Federal do Rio Grande (Furg), Luís André Nassr de Sampaio.
A declaração foi dada durante palestra realizada no segundo dia da PEC Nordeste 2024. "Ter uma indústria de 50 mil toneladas por ano significa uma indústria de R$ 1,2 bilhão por ano. É impressionante que com uma costa aproximadamente do tamanho da que tem o Mar Mediterrâneo a gente não consegue ainda produzir isso", destacou o pesquisador, lembrando que a produção daquela região europeia é de aproximadamente 500 mil toneladas por ano.
"Isso obviamente não se constroi da noite para o dia. Lá no Mediterrâneo eles produziam 50 mil toneladas por ano em 2000 e no ano de 2020 atingiram a marca de 500 mil toneladas por ano", pontuou. "No mundo, a atividade como um todo levou 30 anos para decolar, tendo as primeiras pesquisas começadas na década de 1980", relembrou.
Atualmente, no mundo todo a piscicultura marinha engloba uma produção de 8,3 milhões de toneladas por ano e movimenta cerca de US$ 36 bilhões. A maior produção de peixes de água salgada em cativeiro é a de salmão, com 2,7 milhões de toneladas por ano.
No Brasil, as principais espécies exploradas são a garoupa (com potencial de criação, inclusive, no Ceará), o linguado e a miragaia. A região Sul e também o estado da Bahia concentram os principais projetos de piscicultura marinha do País.