O Ceará registrou, em maio deste ano, o sétimo melhor saldo de empregos formais (com carteira assinada) do País, com 6.956 novos postos de trabalho criados.
A marca também é a maior da série histórica iniciada em 2020, após a reformulação do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), superando os 6.835 novos postos de trabalho gerados em 2022, período de retomada econômica no pós-pandemia.
Os dados nacionais sobre geração de empregos de maio foram divulgados ontem pelo ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho. O resultado, que é também o segundo melhor do Nordeste (atrás apenas da Bahia, que teve saldo de 8.785), decorre de um total de 52.255 admissões e 45.299 demissões registradas no mês passado.
No caso do Ceará, quando é feito o recorte setorial, os serviços lideraram a geração de novos empregos com carteira assinada em maio, com saldo de 3.567 postos, resultantes de 24.530 contratações e 20.963 demissões. Na sequência, aparece a indústria, com saldo de 1.758 novos empregos com carteira assinada, sendo 9.888 admissões e 8.130 desligamentos. Construção e comércio também aparecem com saldos positivos de 857 e 778, respectivamente. Apenas a agropecuária teve saldo ligeiramente negativo com a perda de 5 postos formais de trabalho.
No acumulado dos primeiros cinco meses de 2024, o Estado detém também o segundo melhor saldo da região, novamente ficando atrás da Bahia, mas cai para a 12ª posição nacional. Ao todo foram 250.506 admissões e 226.763 demissões entre janeiro e maio, resultando na criação de 23.743 novos postos de trabalho no período analisado pelo Novo Caged. Entre janeiro e maio, o setor de serviços também aparece na frente em termos de geração de empregos formais no Ceará, com saldo de 18.510 novos postos.
A indústria também tem o segundo melhor resultado nos cinco primeiros meses do ano, registrando um saldo de 3.449 novos postos. A construção teve saldo positivo de 2.777, no período. Comércio e agropecuária, por outro lado, têm saldos negativos de empregos com carteira assinada no acumulado de 2024. A maior perda de postos de trabalho ocorreu no comércio, cujo saldo negativo é de 646, enquanto a agropecuária perdeu 348 empregos formais.
Segundo o secretário do Trabalho do Ceará, Vladyson Viana, no caso da indústria, “essa retomada do setor envolve uma série de fatores, tais como: a retomada do investimento nacional, a criação de um ambiente favorável aos novos negócios, as políticas de atração de investimentos privados aqui no Estado, toda a discussão sobre a transição energética. Enfim, há toda uma conjuntura favorável nacional e estadualmente”.
“Já quando a gente fala de serviços, primeiro este é um setor de suporte aos demais. Então, você tem as ocupações relacionadas ao serviço, na indústria, no comércio, na agricultura e na construção. Isso é um primeiro fator. Um segundo aspecto é que esses empregos são gerados majoritariamente por micro e pequenas empresas”, pontuou o secretário.
Por sua vez, a diretora institucional da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio-CE), Cláudia Brilhante, ressaltou que o resultado do Caged “é mais um indicador que mostra a retomada econômica do Estado. A liderança do setor terciário - comércio e serviços - reflete a estrutura do PIB, com preponderância desse setor”.
“Também é relevante citar os resultados dos setores industrial e construção civil, que sugerem aumento dos níveis de investimento, sinalizando uma tendência positiva para os próximos meses. O setor de indústrias de transformação adicionou 1.213 empregos, refletindo a expansão da capacidade produtiva”, acrescentou.
Nesse sentido, o gerente do Observatório da Indústria da Fiec, Guilherme Muchale, afirma que os números do setor apontam para um ano de 2024 muito positivo, “puxado pela redução das taxas de juros e pela melhoria da economia brasileira, apesar do ambiente internacional ser desafiador”.
“Essa geração de empregos é distribuída por diferentes setores industriais. Um primeiro destaque a são os empregos relacionados às obras de infraestrutura. Temos também uma expansão relacionada ao saneamento e à geração de energia”, exemplificou.