Outro setor que reclama bastante dos atuais termos da reforma é o cooperativista. Conforme a Organização das Cooperativas Brasileiras (Sistema OCB), o atual texto vai de encontro ao que prevê a Constituição Federal, que concede regime diferenciado às cooperativas em seus diversos segmentos.
O temor é que as cooperativas sejam tributadas tais como pessoas jurídicas e os cooperados como pessoas físicas, o que poderia gerar uma “bitributação” sob o risco de inviabilizar o cooperativismo no Brasil, afetando setores como consumo, crédito, saúde, agronegócio, trabalho, infraestrutura e transportes.
O presidente do Sistema OCB Ceará, Nicédio Nogueira, destaca que o impacto o setor na economia não pode ser ignorado. "O Sistema hoje representa 21 milhões de cooperados e mais de 520 mil empregos diretos em nível nacional. No Ceará, temos 133 cooperativas com quase 11 mil empregos", pontua.
Maior cooperativa do Norte e Nordeste, a Unimed Fortaleza é uma das impactadas com as mudanças. Também presente à audiência pública, o presidente Marcos Aragão, destaca que o impacto tributário seria de aproximadamente 340% somente para o sistema médico, segundo estudo feito pela cooperativa médica.
"É simplesmente inviável para o sistema de saúde hoje. A Unimed Fortaleza é hoje o maior comprador de serviços privados de saúde, (o aumento da carga tributária) consequentemente irá inviabilizar nossa atividade", disse. (Com informações de Révinna Nobre/Especial para O POVO)