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Emprego de qualidade é desafio para economias avançarem de forma mais justa
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Emprego de qualidade é desafio para economias avançarem de forma mais justa

| G20 EM FORTALEZA |Governador do Ceará e ministro do Trabalho destacaram em encontro questões como tecnologia, transição energética e equidade salarial
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MINISTRO do Trabalho, Luiz Marinho, abriu encontro do GT sobre Emprego do G20 em Fortaleza (Foto: Thiago Gaspar/Governo do Ceará)
Foto: Thiago Gaspar/Governo do Ceará MINISTRO do Trabalho, Luiz Marinho, abriu encontro do GT sobre Emprego do G20 em Fortaleza

Começaram ontem e seguem até sexta-feira, 26, em Fortaleza, as discussões do Grupo de Trabalho (GT) sobre Emprego do G20, que reúne as 20 maiores economias mundiais, além da União Europeia e da União Africana.

Um dos principais temas em discussão é a qualidade do emprego, levando em consideração questões relacionadas às novas tecnologias, transição energética e equidade salarial. Os dois primeiros dias do encontro são dedicados às discussões técnicas e, em paralelo, à Cúpula do Labour 20 (L20), grupo que representa as centrais sindicais dos países do G20.

Amanhã e na sexta-feira, 26, ocorre a reunião entre os ministros do Trabalho das nações participantes do GT. Vale lembrar que o Brasil está na presidência rotativa do G20 e sediará em novembro, a Cúpula de Líderes, no Rio de Janeiro. A capital fluminense, a propósito, também está recebendo nesta semana, uma Reunião Ministerial de Desenvolvimento do organismo internacional.

Em entrevista coletiva concedida ao lado do governador do Ceará, Elmano de Freitas, o ministro do Trabalho e Emprego (MTE), Luiz Marinho, destacou que o encontro tem como objetivo debater “os temas importantes relacionados à qualidade de vida: como preparar esse debate para a evolução tecnológica, a inteligência artificial e os aplicativos e qual o impacto disso no mundo do trabalho”. Ele acrescentou que “não há como acabar com a fome e com miséria sem trabalho, sem gerar emprego, sem discutir esta prioridade”.

Marinho também defendeu como um dos mecanismos para melhorar a qualidade do emprego fortalecer a indústria e exemplificou com alguns dados sobre contratações do setor no Brasil entre 2023 e 2024. “Se você comparar os cinco primeiros meses do ano passado, nós geramos na indústria 123 mil empregos. De janeiro a maio deste ano, nós geramos 209 mil empregos na indústria. Isso é 69% a mais. Por que eu estou falando da indústria? Porque na indústria tem emprego de mais duração, de melhor qualidade e de melhor remuneração”, argumentou.

Por sua vez, o governador Elmano de Freitas, também ressaltou a importância da qualificação do emprego, inclusive no processo de formação profissional. “Estamos falando também de tecnologia da informação e comunicação. Por isso, nós acabamos de lançar um programa para formar mais de 7 mil jovens em parceria com as universidades. Nós acabamos de lançar também investimentos de R$ 30 milhões com o Governo Federal para a formação de mais jovens no IFCE (o Instituto Federal do Ceará) e outras universidades também nessa área tecnológica. E numa articulação com o setor privado”, disse.

Outro tema abordado durante a coletiva, foi a equidade salarial no mundo do trabalho. O ministro Luiz Marinho lembrou da criação, no ano passado, de uma legislação no Brasil que estabelece remuneração igual entre os gêneros em cargos iguais. “Estamos no processo de implantação da lei. Tem todo um processo na implantação dos relatórios que as empresas apresentam. Portanto, se a empresa constatar qualquer problema, ela própria tem que montar o seu plano de ação para equacioná-lo”, explicou.

Por fim, o secretário do Trabalho do Ceará, Vladyson Viana, afirmou que o Ceará gerou mais de 74 mil novos postos de trabalho desde janeiro de 2023. “Somente no Caged de maio deste ano, nós tivemos um incremento de 52% em relação a maio do ano passado. Isso mostra que a economia cearense, por um esforço da conjuntura nacional, com retomada de investimentos, e um ambiente favorável aos investimentos privados tem avançado, principalmente, no setor de serviços”, concluiu. (Colaborou Ana Luiza Serrão)

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Estado mínimo não responde aos desafios atuais, aponta secretária

O debate sobre o papel do Estado no âmbito do G20 é tão importante que deveria fazer parte das discussões principais para poder avançar, e não ser um evento paralelo, afirmou ontem a secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior, no "States of the Future", que está sendo realizado na sede do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio.

"Um dos principais frutos que podemos tirar desse evento é a proposta da criação de um grupo permanente sobre o Estado, no âmbito do G20. É subir de um evento paralelo e ser um dos grupos do G20 para que esse debate avance", disse Belchior.

Ex-ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão do governo da presidente Dilma Rousseff, Belchior defendeu o fim do Estado mínimo para que o mundo possa levar adiante o esforço do combate às mudanças climáticas, às desigualdades sociais, à precariedade do mercado de trabalho, aos ataques à democracia, aos questionamentos sobre a capacidade do Estado de prover serviços, à financiabilidade, entre outras questões. "O modelo de Estado mínimo do liberalismo econômico não tem como responder a esses desafios por uma série de questões. Mas a pandemia mostrou como o Estado é importante."

"As metas nacionais sobre o desafio do clima não vão ser suficientes se os demais países não cumprirem a sua parte." (Agência Estado)

Taxação de grandes fortunas já tem apoio de vários países

A proposta da presidência brasileira no G20 de taxar os super ricos tem apoio de vários países do G20, grupo de 19 países e União Europeia e União Africana, afirmou ontem o ministro de Relações Exteriores e coordenador do grupo de Desenvolvimento do G20, Mauro Vieira, durante evento preparatório no Rio de Janeiro.

"Vários representantes de países aqui se manifestaram a favor. Então eu acho que é uma questão de continuarmos conversando e avançar neste tema", afirmou, em entrevista coletiva, após classificar como "fácil" a resposta para o questionamento sobre o tema.

A presidência brasileira no G20 defende um imposto mínimo de 2% da riqueza dos bilionários do mundo, que arrecadaria entre US$ 200 bilhões e US$ 250 bilhões anualmente, conforme estudos.

Vieira destacou que o 1% mais rico do mundo ficou com quase dois terços de toda a riqueza gerada desde 2020. A redução da desigualdade é um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas a serem atingidos até 2030.

Sobre a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, o ministro afirmou ainda que se trata de resultado de medidas para melhorar e diminuir as diferenças. "Esse é um esforço conjunto e não será de curto prazo, mas eu acho que as decisões que já tomamos, como por exemplo o lançamento amanhã da Aliança Global, é um resultado imediato e específico", pontuou.

O estabelecimento da Aliança Global ocorrerá hoje, com a presença do presidente Lula, no Galpão da Cidadania, na zona portuária do Rio de Janeiro. (Agência Estado)

Estados

Também aconteceu ontem, em Fortaleza, a 137ª Assembleia Geral do Fórum Nacional de Secretários do Trabalho, que deve fazer uma apresentação ao G20 sobre as discussões do colegiado

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