Mesmo com reajuste de 8% autorizado para 2024, a Cagece pede ao regulador cearense que outros 4,98% possam ser incluídos na tarifa em futuras revisões. Esta seria uma forma de garantir "sobras" de reajuste para o futuro.
Medida similar ocorreu entre 2022 e 2023 quando a Arce autorizou para a Cagece reajuste de 10,2%, que a companhia repassou de forma fracionada, sendo 6,69% em 2022 e outros 3,55% em janeiro de 2023.
Em meio a esse cenário, a Cagece apresentou ao mercado no início deste ano seu balanço relativo ao calendário de 2023. Os dados apontam para crescimento das despesas acima do patamar de avanço nas receitas e queda no lucro líquido.
Conforme relatório administrativo da Cagece sobre o exercício de 2023, o patamar de investimentos foi de R$ 1,15 bilhão, aumento de 25,4% em relação ao ano anterior. Desse montante, R$ 783 milhões (68,1% do total) foram aportados em expansão da cobertura.
Já a receita bruta proveniente dos serviços de água e esgoto registrou um crescimento de 9,2%, comparativamente a 2022, alcançando o montante de R$ 2,25 bilhões. Paralelamente, a receita líquida atingiu a cifra de R$ 2 bilhões, apresentando um incremento de 9,4%. No mesmo período, a dívida líquida da empresa saltou 119% e o lucro líquido despencou 39%.
Ainda assim, para o médio prazo mais investimentos devem ser feitos. A Cagece estima aporte da ordem de R$ 3,1 bilhões até 2028, tanto para projetos de abastecimento de água quanto de esgotamento sanitário.