O coordenador econômico-tarifário da Arce, Mário Monteiro, explica que o nível de investimentos em saneamento no País está aquém do ideal. Levantamento do Instituto Trata Brasil aponta que são necessários R$ 44,8 bilhões de investimentos por ano para a universalização até 2033.
Diante da situação precária de saneamento, em que aproximadamente 30 milhões de brasileiros ainda vivem sem acesso à água potável e quase 100 milhões sofrem com a ausência de coleta e tratamento de esgoto, o novo Marco Legal estabeleceu metas até 2033, segundo as quais todos os municípios brasileiros devem atender a 99% da população com serviços de água potável e ao menos 90% dos habitantes com coleta e tratamento de esgoto.
Monteiro destaca que essa demanda por investimentos também é uma grande questão para o Ceará. Conforme o contrato de concessão, o equilíbrio financeiro do serviço deve ser assegurado preferencialmente pela cobrança de tarifas.
"Os custos são relevantes e também tem o impacto quanto à remuneração desse esforço (em investimentos na melhoria do atendimento), em termos de expansão da cobertura com a incorporação de novos ativos."
Ele pondera, contudo, que isso não significa que a tarifa vai continuar subindo nos próximos anos. Estudos mostram que caso a base de clientes suba ou que a eficiência da cobrança melhore, o custo ao consumidor pode cair. Outro fator que poderia render reajustes menores seria a ampliação de subsídios públicos. O POVO entrou em contato com o Governo do Estado para apurar sobre a incidência de repasses com essa finalidade, mas confirmou que nenhum valor é repassado para amenizar altas.