O preço médio da refeição completa para os trabalhadores de Fortaleza custou em média R$ 42,38, numa alta de 13% em um ano. O preço médio da refeição completa para o trabalhador no Nordeste saltou 12,7% e se tornou a segunda mais cara entre as regiões do Brasil.
Mesmo com a alta, a refeição ao trabalhador na Capital ainda é a quarta mais barata dentre as capitais, revela pesquisa da Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT).
O valor médio no Nordeste chega a R$ 49,09, somente abaixo da média de R$ 54,54 do Sudeste.
No País, o valor médio gasto pelo trabalhador na refeição completa chegou a R$ 51,61, numa alta de 10,8% no ano.
Foram pesquisados os preços de mais de 4,5 mil estabelecimentos de 51 cidades, localizadas em 22 estados e no Distrito Federal.
O levantamento avaliou os preços médios praticados por tipo de atendimento de alimentação. No comercial completo, o valor médio foi de R$ 37,44; no autosserviço, de R$ 47,87; no executivo, de R$ 55,63; e no "a la carte", de R$ 96,44.
O menor custo ao trabalhador ficou sendo mesmo o "prato-feito" (PF), custando em média R$ 30,80. No Nordeste, esse tipo de prato custa R$ 29,39.
Ainda assim, o trabalhador brasileiro gasta em média 36% do equivalente ao salário médio nacional - que não é o salário mínimo - com alimentação fora do lar, caso opte por "PF" no dia a dia, apontam dados.
Em junho passado, O POVO revelou que o vale-refeição do trabalhador cearense só dua 11 dias no mês, conforme pesquisa da Pluxee. Valor médio do benefício é de R$ 397,06 no Nordeste, o menor dentre todas as regiões.
Na avaliação do economista e professor Ricardo Coimbra, é notável que o aumento da pressão inflacionária sobre os alimentos tem aumentado o custo de vida dos trabalhadores, impactando negativamente de forma mais acentuada os mais pobres.
Ele destaca que uma série de fatores produziram esse cenário, como a alta do dólar, o desastre do Rio Grande do Sul e também a sequência da guerra na Ucrânia.
"Na medida em que a inflação dos alimentos está acima da média da inflação geral e parte significativa do salário dos trabalhadores se direciona a isso, mesmo com os cartões de alimentação. Isso impacta na capacidade de consumo, obrigando muitas vezes a complementar o valor do PF do próprio bolso", observa.