O mercado imobiliário cearense vive o melhor período em 8 anos e deve fechar 2024 com um valor geral de vendas (VGV) de R$ 7 bilhões, segundo projetou o Sindicato da Indústria da Construção do Ceará (Sinduscon-CE).
Do total, R$ 5 bilhões devem ser movimentados na Capital, enquanto os R$ 2 bilhões restantes vêm da Região Metropolitana de Fortaleza.
A confiança é ancorada nos números já contabilizados no primeiro semestre do ano. O VGV de lançamentos já chega a R$ 2,5 bilhões, o que resulta em um aumento de 16% frente à primeira metade do ano passado.
"Nós estamos vivendo o melhor ano dos últimos 8 anos do mercado imobiliário. Ao que se deve isso? A velocidade de vendas e os imóveis de padrão econômico", aponta Patriolino Dias de Sousa, presidente do Sinduscon-CE.
Ele indica que o déficit habitacional entre os consumidores cujos imóveis são enquadrados no Minha Casa Minha Vida impulsiona o setor a partir das condições de venda, de Taxa Referencial (TR) e 4% de ajuste ao ano. "Isso não existe", exclama, apontando as vantagens.
Os efeitos desse cenário são refletidos sobre as vendas já realizadas. O VGV dos empreendimentos vendidos na primeira metade do ano soma R$ 3,5 bilhões (24% maior), com a velocidade mantida em patamar elevado, segundo a avaliação dos construtores.
A média do semestre foi de 8,9% no Índice de Velocidade de Vendas do Sinduscon-CE, que manteve-se acima de 8% ao longo dos primeiros cinco meses do ano.
Isso resultou em uma oferta 3% menor de unidades em Fortaleza, que fechou junho com 48.350. Na RMF, ao contrário, houve um salto de 14%, com 25.755 habitações ao término do período.
Ao mesmo tempo, o Sinduscon notou uma redução no número de lançamentos puxada pelo comportamento na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Foram 40 novos empreendimentos no primeiro semestre de 2024 contra 47 em igual período de 2023 - uma redução de 14,89%.
Na RMF, foram 21 no período, enquanto, no ano passado, foram 35. Já na Capital houve um aumento de 58,33%, a partir do salto de 19 empreendimentos contra 12.
Quando se é notado o número de unidades, há redução nas duas áreas investigadas. Foram 1.778 habitações na RMF (16% menos que no primeiro semestre de 2023) e 3.004 em Fortaleza (23% menor).
Patriolino observa que o ritmo menor se deu principalmente no último trimestre, quando as construtoras seguraram os lançamentos devido ao número de unidades já disponíveis no mercado.
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