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Indústria aponta as 23 obras mais importantes para o Ceará
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Indústria aponta as 23 obras mais importantes para o Ceará

| ESTUDO | Principais necessidades apontadas em levantamento da CNI estão relacionadas às rodovias e à garantia de segurança hídrica
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CONCLUSÃO do trecho cearense da Transnordestina é uma das demandas  (Foto: Aurélio Alves)
Foto: Aurélio Alves CONCLUSÃO do trecho cearense da Transnordestina é uma das demandas

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) lançou ontem, em Fortaleza, um estudo intitulado “Panorama da Infraestrutura - Região Nordeste”, no qual foram apontadas, entre outros aspectos, as 23 obras mais importantes para o desenvolvimento do setor no Ceará.

As principais necessidades de intervenção apontadas no levantamento para o Estado estão relacionadas às rodovias, sendo oito no total, e à segurança hídrica, que totalizam cinco.

Foram propostas pela indústria no documento, ainda, a necessidade de três obras relacionadas aos portos cearenses e à infraestrutura de energia, além de duas relacionadas a ferrovias. Aeroportos e mobilidade urbana aparecem, por fim, com um item cada.

Dois aspectos citados foram relacionados de forma indireta ao Ceará. O primeiro é a contratação de projetos executivos e básicos de trecho da ferrovia Transnordestina, em território pernambucano que vai de Salgueiro até o Porto de Suape, no limite entre os municípios de Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho. O segundo é relacionado à melhoria das instalações aeroportuárias em cidades-polo do Interior de Pernambuco, dada a proximidade com a região do Cariri cearense.

Além das propostas do setor industrial para melhorar a infraestrutura, o estudo da CNI apontou ainda um panorama atual dos equipamentos, complexos e sistemas já existentes ou em construção na região, bem como a percepção dos empresários industriais sobre as condições estruturais e prioridades de investimento a serem realizadas na região Nordeste.

Reforçando a importância de avançar na construção ou conclusão de obras de infraestrutura no Nordeste, o diretor de Relações Institucionais da CNI, Roberto Muniz, destacou que “quando falta estrada, energia, porto, aeroporto e os meios para que a gente possa prover a infraestrutura e produzir mais, a gente perde competitividade”.

“Competitividade é você ter os instrumentos para produzir mais, melhor e com menor custo. A gente viu alguns programas importantes do governo na questão das energias renováveis. Uma ideia muito interessante foi incentivá-las, principalmente, a eólica e a solar e hoje, o Nordeste produz 90% de toda a energia eólica do País”, exemplificou Muniz.

Mais cedo, antes da apresentação do estudo, o presidente da CNI, Ricardo Alban, e o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Ricardo Cavalcante, visitaram o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), em São Gonçalo do Amarante, e a siderúrgica ArcelorMittal Pecém, que tem um projeto para produzir aço verde.

“Nós temos algumas vantagens competitivas para aproveitar a transição energética, produzir amônia e hidrogênio verde para os demais países e o Nordeste ainda tem a proximidade do Norte Global”, destacou Alban em coletiva à imprensa, logo após a apresentação do levantamento.

Além desse tema, os presidentes das federações industriais reunidos, em Fortaleza, vão discutir hoje pautas como a reforma tributária e as eólicas offshore. O presidente da CNI citou ainda como tema importante para o desenvolvimento econômico do País uma rediscussão sobre a Previdência.

Por fim, o presidente da Fiec, Ricardo Cavalcante, disse que, nesse processo, o Ceará quer reter talentos e citou a importância da construção do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) para conseguir alcançar tal objetivo.

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FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL, 04-01-2024: Obras e contratos paralisados, o Dnit para implantação e recuperação de passarelas para pedestres na BR-116 . (Foto: Samuel Setubal/ O Povo)
FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL, 04-01-2024: Obras e contratos paralisados, o Dnit para implantação e recuperação de passarelas para pedestres na BR-116 . (Foto: Samuel Setubal/ O Povo)

Infraestrutura do Nordeste vai de regular a péssima para 7 em cada 10 empresários, diz estudo

O sistema de infraestrutura do Nordeste é visto como regular, ruim ou péssimo por 74% dos empresários industriais, o equivalente a sete em cada dez pessoas.

As rodovias, a malha ferroviária, o acesso aos portos e problemas no transporte aéreo estão entre os desafios citados na região.

O levantamento foi divulgado no Panorama da Infraestrutura - Edição Nordeste, lançado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) na noite desta segunda-feira, 26, na sede da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), em Fortaleza.

O custo dos combustíveis e o investimento em infraestruturas tecnológicas também foram mencionados no estudo como gargalos no Nordeste.

Além da área de transportes, o documento traz perspectivas sobre energia e saneamento básico na região.

A ideia é que o trabalho se una a outros cinco produzidos pela CNI fornecendo um retrato das condições de infraestrutura pelo País, no intuito de identificar necessidades de investimentos e pleitos do setor industrial, informa a entidade.

O estudo foi viabilizado por meio de uma articulação com empresários e federações das indústrias pelo Nordeste, olhando para o contexto de preparação e fortalecimento da infraestrutura em meio à neoindustrialização, segundo o presidente da CNI, Ricardo Alban.

“Se de um lado o Nordeste possui grande potencial de geração de energia e produção agrícola, por outro, a deterioração das malhas rodoviária e ferroviária representa um problema crônico que limita severamente a eficiência logística na região”, cita o diretor de relações institucionais da CNI, Roberto Muniz.

Isso gera a perda de competitividade do setor produtivo em relação a outros mercados, pois a infraestrutura deficitária afeta a segurança viária, eleva a emissão de poluentes, gera engarrafamentos e pressiona os custos logísticos, detalha o diretor da CNI.

Crescimento da economia

A CNI avalia, ainda, que refletir sobre soluções para diminuir as ineficiências locais do segmento é uma necessidade urgente, pois a infraestrutura é crucial à viabilização do crescimento econômico, do aumento da produtividade e da redução de custos produtivos.

O presidente da Fiec, Ricardo Cavalcante, comenta que o motor da infraestrutura exerce também um papel significativo na geração de valor à cadeia produtiva, potencializando a redução de desigualdades regionais.

“No Nordeste, o avanço das energias renováveis, como a produção de hidrogênio verde (H2V), representa um grande impulso para a região”, pontua Ricardo, que vê, ademais, a conclusão da ferrovia Transnordestina facilitar a integração local e a dinamicidade da produção.

“Em um país continental como o Brasil, a ampliação da infraestrutura logística tem papel determinante para acelerar o crescimento de setores inovadores, como também ampliar a competitividade da indústria tradicional, bem como sua inserção internacional”, diz.

A CNI e a Fiec veem, no entanto, que o Governo Federal tem feito esforços para diminuir o déficit de infraestrutura do Brasil, citando o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que prevê R$ 700 bilhões em obras, serviços e empreendimentos no Nordeste.

Mais detalhes sobre o estudo

O estudo reúne três pontos principais. O primeiro retrata a infraestrutura (dados descritivos do setor), o segundo analisa a percepção do empresário industrial (diagnóstico sobre condições e prioridades de investimentos) e o terceiro traz propostas para minimizar os desafios do segmento.

Confira os destaques formulados pela CNI:

  • 74% dos empresários no Nordeste consideram a infraestrutura regular, ruim ou péssima. No Brasil, são 45%.
  • 62% dos empresários no Nordeste consideram a infraestrutura ferroviária regular, ruim ou péssima. No Brasil, 52%.
  • 43% dos empresários no Nordeste avaliam a infraestrutura aeroportuária como regular, ruim ou péssima. No Brasil, 31%.
  • 34% dos empresários no Nordeste consideram a infraestrutura portuária ótima ou boa. No Brasil, 39%.
  • 45% dos empresários no Nordeste avaliam a infraestrutura de energia como regular, ruim ou péssima. No Brasil, 34%.
  • 17% dos empresários no Nordeste consideram a infraestrutura de saneamento ótima ou boa. No Brasil, 48%.
  • 54% dos empresários no Brasil avaliam a infraestrutura rodoviária como regular, ruim ou péssima. No Nordeste, 78%.

Renováveis são contraponto positivo

Apesar do cenário mais difícil em relação à infraestrutura, as energias renováveis são vistas de forma mais positiva pelo relatório da CNI, sendo classificadas como o destaque do Nordeste, em contraste à deterioração das rodovias e ferrovias.

“Com a expressiva expansão da geração eólica e solar, o Nordeste passou de tradicional importador de energia das demais localidades do país, para importante exportador”, detalha o Panorama da CNI.

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