Serviços essenciais, como água, esgoto e energia elétrica, são mais reclamadas pelos consumidores, afirma Hugo Xerez, secretário-executivo do Decon-CE. "Existe outro nicho muito reclamado que se diz respeito às atividades das instituições financeiras, tanto nos grandes bancos, como também de bancos que não são tão grandes, que não tem um volume de negócios, uma carteira de clientes tão gigantesca, mas são extremamente demandados sobretudo nas questões que envolve os empréstimos fraudulentos".
Além de empréstimos fraudulentos e não consignados envolvendo as instituições, o profissional destaca para os casos envolvendo as fintechs (empresas que introduzem inovações nos mercados financeiros por meio do uso intenso de tecnologia, de acordo com o Banco Central).
"Até mesmo envolvendo outros bancos, a gente tem vários casos de clonagem, fraudes, furtos, roubos, retenção de valores dos consumidores, ofertas não comprimidas, então as mais variadas infrações ao Código de Defesa do Consumidor".
Com o objetivo de evitar danos e problemas com estas questões, Hugo indica que o consumidor procure às instituições financeiras presencialmente, além de não compartilhar dados com terceiros.
No caso das fintechs, principalmente àqueles que não possuem afinidade com tecnologia, devem pesquisar mais informações sobre as empresas e os serviços fornecidos, especialmente em relação a empréstimos.
"Quando a gente recebe uma ligação, a gente não tem a certeza de quem está ligando, se aquela pessoa realmente fala em nome do banco. Quando a gente liga, é menos provável que a ligue para o número errado".
O secretário-executivo pontua que as empresas, em relação às soluções dos problemas apresentados pelos consumidores, continuam com uma postura de difícil resolução.
"Elas se aferram e se apegam nas suas narrativas, muitas vezes elas sabem que essas narrativas não são verdadeiras e não procedem, e isso tem sido um ponto de desgaste do órgão, visto que essas demandas se repetem com frequência e a gente não vê resolutividade dessas empresas".
No comparativo das empresas públicas com as privadas, Xerez sinaliza haver uma maior atenção das empresas públicas no atendimento ao consumidor.
"Elas têm uma postura mais cidadã com o consumidor. Por exemplo, as instituições financeiras que têm participação do poder público, existe uma percepção diferente em relação às empresas que são essencialmente privadas".