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Ceará alcança US$ 20 milhões em exportações de algodão em 2024, alta de 30%
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Ceará alcança US$ 20 milhões em exportações de algodão em 2024, alta de 30%

| EXPORTAÇÃO | Estado ocupa a nona colocação nacional e a terceira do Nordeste de maior valor exportado na categoria
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No Brasil, exportações de algodão registraram alta de 171% (Foto: Clauber Cleber Caetano/PR)
Foto: Clauber Cleber Caetano/PR No Brasil, exportações de algodão registraram alta de 171%

O Ceará atingiu US$ 20 milhões em exportações de algodão de janeiro a agosto de 2024, uma alta de 30% em relação a igual período do ano anterior, quando detinha US$ 15,4 milhões. O Estado ocupa a nona colocação nacional e a terceira do Nordeste de maior valor exportado na categoria, atrás apenas da Bahia e do Maranhão na região.

Em relação ao volume exportado de algodão, o crescimento cearense foi de 56% no ano a ano, equivalente a 4,37 mil toneladas até agosto de 2024 ante 2,79 mil toneladas em igual período de 2023. Já o Brasil atingiu US$ 3,27 bilhões exportados em algodão até agosto de 2024, com crescimento anual de 171%, cuja liderança ficou a cargo do Mato Grosso.

A exportação do Ceará se concentra em derivados do algodão, como fios e tecidos, em vez do algodão cru. A pauta exportadora no Estado é, assim, composta por produtos com alto teor de algodão em peso, fiapos de algodão e desperdícios de algodão. Os dados são do Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec).

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec), Amílcar Silveira, explica que o Ceará já chegou a liderar o cenário do algodão na década de 1980, antes de ser assolado por uma praga denominada "bicudo-do-algodoeiro", a qual levou a uma queda acentuada na produção. O empecilho, agora, é desenvolver-se tecnologicamente para alcançar os competidores.

"A cultura do algodão tem evoluído, e hoje temos variedades de algodão que são cultivadas e colhidas de maneira diferente do algodão arbóreo que tínhamos anteriormente. Com o surgimento de novas tecnologias, a produção de algodão no Brasil começou a crescer, especialmente no Centro-Oeste, enquanto o Ceará não acompanhou esse ritmo, pois diversificou sua agricultura", explica.

Apesar de quantitativamente o Estado não se igualar a outras localidades mais produtoras, o algodão cearense tem se destacado em relação à qualidade, na visão do pesquisador Fábio Aquino de Albuquerque, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). "É impossível superar Mato Grosso e a Bahia, que já estão muito consolidados, mas podemos competir com Maranhão e Piauí."

Fábio relembra que, além da questão técnica e tecnológica da produção, o Ceará tem questões climáticas diferentes de outros locais com chuvas mais favoráveis. Todavia, isso não é um impeditivo para alcançar o crescimento por meio de incentivos, como o projeto Algodão no Ceará, lançado pela Secretaria do Desenvolvimento Econômico do Ceará (SDE), Faec e Fiec, com apoio da Embrapa.

O secretário-executivo do agronegócio da SDE, Sílvio Carlos, destaca que o mercado consumidor do algodão no Ceará já é forte, a exemplo da indústria têxtil. "Essas indústrias empregam mais de 4.000 pessoas. Garantimos a produção da matéria-prima e a manutenção dos empregos, ou até mesmo a ampliação deles. Portanto, prezamos pela industrialização e agregação de valor".

"O agronegócio pode ser o fornecedor de matéria-prima para essa indústria têxtil, que é uma grande saída. Além disso, podemos aumentar uma nova cadeia, a de confecções, tornando-nos competitivos. Se tivermos um produto de qualidade aqui, podemos atrair outros polos de confecções para se instalar no Ceará, agregando ainda mais valor", acrescenta Sílvio.

A expectativa é que o fortalecimento do segmento seja contínuo nos próximos anos, incluindo com um certificado Selo Algodão do Ceará, que destaca a qualidade superior da fibra. A meta é expandir a área cultivada para 10 mil hectares até 2025 e 2026, alcançando a longo prazo 100 mil hectares. O Cariri e a Chapada do Apodi estão entre as primeiras regiões beneficiadas.

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Setor têxtil cearense exporta 4,86 mil toneladas em 2024

O setor têxtil do Ceará foi responsável por 4,86 mil toneladas exportadas entre janeiro e agosto de 2024, o equivalente a um crescimento de 44% ante igual período de 2023. Assim, foram US$ 22,8 milhões exportados com domínio do algodão e alta de 22% no ano a ano.

"O algodão desempenhou um papel fundamental no desempenho das exportações têxteis do Ceará, representando mais de 87% do valor total em 2024", de acordo com o estudo do Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec).

Além do algodão, outros produtos da indústria têxtil foram exportados, como filamentos sintéticos ou artificiais; pastas, feltros e falsos tecidos; fibras sintéticas ou artificiais descontínuas; e tecidos impregnados, revestidos ou recobertos.

O principal destino das exportações têxteis do Ceará foi a América Latina, em especial a Colômbia, com US$ 5,39 milhões e 1,27 mil toneladas exportadas, e o Peru, com US$ 3,81 milhões e 839 toneladas neste ano. Argentina, Paraguai e Equador foram outros destaques.

A proximidade geográfica, acordos comerciais favoráveis e afinidades culturais são alguns dos pontos citados no estudo como fortalecedores da indústria têxtil na região. Além disso, foram citadas tentativas de diversificação dos destinos e fortalecimento da presença internacional.

O secretário-executivo do agronegócio da Secretaria do Desenvolvimento Econômico (SDE), Sílvio Carlos, destacou que o intuito é fortalecer a produção local de algodão para que a indústria têxtil cearense não tenha que comprar de outros estados.

"Isso gera uma oneração muito grande devido aos custos logísticos. Precisamos fazer esse algodão aqui, pois é possível e necessário. Queremos, em um primeiro momento, atender ao mercado local. No próximo ano, nossa expectativa é plantar pelo menos 10.000 hectares", explica.

Valor das exportações de algodão por estados do Brasil em 2024

Mato Grosso: US$ 2.099.329.544
Bahia: US$ 486.882.241
São Paulo: US$ 406.968.134
Maranhão: US$ 52.627.169
Goiás: US$ 46.751.617
Mato Grosso do Sul: US$ 34.556.230
Rondônia: US$ 34.340.082
Minas Gerais: US$ 29.645.894
Ceará: US$ 20.008.893
Rio Grande do Norte: US$ 19.197.988
Paraná: US$ 16.981.496
Piauí: US$ 15.168.475
Tocantins: US$ 9.293.150
Santa Catarina: US$ 4.561.237
Paraíba: US$ 688.766
Espírito Santo: US$ 319.839
Rio Grande do Sul: US$ 226.015
Pernambuco: US$ 29.268
Alagoas: US$ 2.963
Pará: US$ 626
Rio de Janeiro: US$ 583
Amapá: US$ 523
Não declaradas: US$ 19.897
Total: US$ 3.277.600.630

Fonte: CIN/Fiec

Exportações do setor têxtil cearense por país de destino em 2024

Colômbia: US$ 5.397.732
Peru: US$ 3.817.635
Argentina: US$ 2.139.650
Paraguai: US$ 2.025.611
Equador: US$ 1.712.476
Demais Países: US$ 7.793.933
Total: US$ 22.887.037

Fonte: CIN/Fiec

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