Logo O POVO+
Exportação de rochas via Pecém deve superar as 50 mil toneladas em 2024
Economia

Exportação de rochas via Pecém deve superar as 50 mil toneladas em 2024

Pedra conhecida internacionalmente como Taj Mahal é a mais cobiçada no mundo e é encontrada somente em cidades cearenses. Veja fotos e saiba mais sobre a exploração da rocha
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
Embarque de rochas no Porto do Pecém (Foto: Miguel Cordeiro da Silva/Tecer Terminais)
Foto: Miguel Cordeiro da Silva/Tecer Terminais Embarque de rochas no Porto do Pecém

O Ceará deve encerrar 2024 com 50 mil toneladas de rochas exportadas via Porto do Pecém. Atualmente, a marca é de 40,192 mil toneladas registradas no dia 2 de outubro, quando o navio MV Jacamar Arrow partiu com 12,146 mil toneladas para o Porto de Livorno, na Itália.

A projeção é de Carlos Rubens Araújo, presidente do Sindicato da Indústria de Mármores e Granitos do Estado do Ceará (Simagran-CE), e representa um crescimento de 14,29% sobre as 43,745 mil toneladas movimentadas no ano passado.

Mas a expansão sobre a marca de 2023 não supera a de 2022, quando o Pecém movimentou 68,364 mil toneladas de rochas para o exterior. No entanto, observa o presidente do Simagran, isso é uma questão de incentivo.

Com estímulos, ele acredita que o setor pode saltar dos atuais 3,5% de participação nas exportações cearenses para mais de 7% e a explicação está na atenção que o mercado internacional está dando ao Ceará.

Taj Mahal: a pedra mais cobiçada no mundo e que só é encontrada no Ceará

“O Ceará, hoje, é a fronteira da pedra natural no mundo. As pedras que são mais desejadas no mundo estão no Ceará. A pedra que é mais conhecida no mundo é extraída aqui no Estado do Ceará e se chama Taj Mahal, como o monumento da Índia”, ressalta.

Carlos Rubens comenta que investidores de Estados Unidos, França, Bélgica, China e inúmeros outros mercados estão de olho e importam os blocos desta pedra, que são usados na construção civil.

O material bruto, como o movimentado no Pecém pela Tecer Terminais nos últimos três dias, vai prioritariamente para a Itália e para a China. Nesses destinos, os blocos são beneficiados, ou seja, são laminados e divididos para a aplicação em pisos de hoteis, aeroportos e edifícios em geral por todo o mundo.

A Taj Mahal, explica o presidente do Simagran, “tem 98,5% de cristal de quartzo, então, é uma rocha que resiste à abrasão, não arranha e possui tonalidade bege.” Um exemplo de aplicação dela no próprio Ceará é o piso do BS Design.

“É um prédio que tem 7 anos e parece que o piso foi colocado hoje. E daqui a 20 anos vai estar do mesmo jeito. É uma rocha que tem uma caracterização tecnológica fantástica e alia isso com o aspecto decorativo. É o sonho, o que sempre se desejou que estivesse numa rocha”, cita, mostrando o porquê do interesse dos investidores no produto.

Onde a Taj Mahal é explorada no Ceará?

A pedra cobiçada por investidores internacionais e só encontrada no Ceará tem em Uruoca e Santana do Acaraú a zona de maior produção, atualmente. O presidente do Simagran-CE aponta ainda que já foram descobertas jazidas de Taj Mahal em Viçosa do Ceará e Granja também.

Ele explica ainda que o nome é uma generalização dada pelo mercado internacional. No Ceará, cada empresa que explora o tipo de pedra, dá uma marca a sua produção - como acontece com outros tipos de indústrias.

Na prática, acrescenta, “é um grupo de rochas cuja terminologia mais comum é o Taj Mahal, mas existe no mercado com vários outros nomes, como Matira e Avohay.”

Pecém já carregou 4 navios com rochas em 2024

Para o transporte da Taj Mahal e das demais pedras exploradas no Ceará, o Porto do Pecém recebeu quatro navios em 2024. O quinto navio que deve selar a projeção feita pelo Siamgran-CE chega por volta do Natal, segundo informou Carlos Alberto Nunes, diretor comercial da Tecer.

A última operação feita pela empresa movimentou 458 blocos entre os dias 29 de setembro e 2 de outubro no Terminal de Múltiplo Uso (Tmut) do Pecém. Foi a segunda maior embarcação do tipo a atracar no porto para transportar rochas cearenses.

“É um mercado muito promissor. Nós operamos este tipo de carga há oito anos. Enviamos para Carrara (Itália), que é o hub internacional de rochas, mas também para outros portos da Itália e China, além dos Estados Unidos”, detalha Nunes.

O diretor comercial conta que a operação não se dá apenas com o navio específico para blocos, mas como os blocos alocados em contêineres também. A operação é feita no Pecém, mas passa por Santos, a partir de um transbordo de cargas rumo à China.

De 2018 até o fim deste ano, a Tecer projeta uma movimentação de rochas de 10.050 blocos e um total de 276,087 mil toneladas movimentadas a partir do Pecém. O que pode se tornar bem mais, segundo o presidente do Simagran-CE.

 

Mais notícias de Economia

Brasil

No Brasil, 80% das exportações de rochas passam pelo Espírito Santo. A atividade representa 13% do PIB estadual

O que você achou desse conteúdo?