A Companhia de Gás do Ceará (Cegás) pretende ampliar sua rede de distribuição para cinco novos municípios até 2030. Considerando as ampliações previstas para as cidades em que já atua, a previsão é a de que sejam investidos R$ 1,3 bilhão até o fim da década.
A informação foi dada pelo diretor técnico e comercial da empresa, Gustav Costa, em entrevista exclusiva ao Guia Econômico da rádio O POVO CBN. “Temos regiões prioritárias para essa expansão, como a região do Cariri — Juazeiro do Norte, Barbalha, Crato — e também olhamos com atenção Sobral e Quixeré”, citou o executivo.
Atualmente, 14 municípios são atendidos pela companhia, sendo 11 de forma direta por meio de gasodutos: Fortaleza, Caucaia, Maracanaú, Eusébio, Aquiraz, São Gonçalo do Amarante, Pacatuba, Horizonte, Aracati, Pacajus e Itaitinga.
Já os municípios de Canindé, Quixadá e Fortim são atendidos por meio do chamado Gás Natural Comprimido (GNC). Gustav Costa também projetou que a Cegás vá alcançar a marca de 34,5 mil clientes até o fim deste ano.
Ele destacou as vantagens do gás natural em termos ambientais e econômicos na comparação com outros produtos. “Ele representa uma redução direta de emissões de carbono, um tema que é hoje bastante discutido quando falamos dos impactos no clima, e tem a possibilidade de substituir o GLP (ou gás de cozinha), além do diesel,do álcool e da gasolina, no caso da frota veicular. Enfim, é um produto muito versátil”, ressaltou.
“O preço do GLP varia, com regiões tendo preços mais altos e outras com preços mais baixos. Porém, de maneira geral, nosso produto e tarifa entregam economia em qualquer cenário de preços na região metropolitana. Hoje, nossa tarifa residencial é, com certeza, a menor entre as distribuidoras de gás no Nordeste”, comparou.
O diretor técnico e comercial da Cegás ponderou também que o gás natural “oferece mais segurança do que os outros combustíveis que estão sendo substituídos nesse processo”, acrescentando que o produto “é distribuído com aproximadamente 15% de biometano misturado com gás natural que tem uma emissão menor”.
Além de citar os planos da empresa, Gustav Costa comentou as perspectivas do mercado no País. “O mercado de gás é muito importante para a transição energética. A Cegás está atenta a conduzir projetos que visam a redução de emissões em setores como o transporte público e a logística de cargas pesadas”, disse.
“Existe um potencial significativo para melhorar nossa qualidade do ar, fazendo a migração do diesel para o gás natural. Essa é uma tecnologia já consolidada em vários países e estamos promovendo isso entre os diversos setores da economia. É um movimento natural e inteligente”, enfatizou.
Por fim, o executivo relembrou o processo de busca pela retomada do abastecimento do produto via navio de regaseificação no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), descontinuado pela Petrobras no fim do ano passado.
“Assim que tivermos o leilão de reserva de capacidade para atender as termelétricas, um processo de concorrência será aberto para que empresas possam operar esse terminal”, concluiu.
Perfil
Conforme a Cegás, a Indústria consome a maior parte do gás distribuído, seguida pelo gás natural veicular, pelo comércio e pelas residências
ESTRUTURA DA CEGÁS
Número de clientes
-31.305 unidades habitacionais
-903 estabelecimentos comerciais e industriais
-63 postos com GNV (Gás Natural Veicular)
-1 distribuidor de GNC (Gás Natural Comprido)
Volume distribuído (média)*
498.039 m³/dia
Capacidade de distribuição
1.690.000 m³/dia
Municípios atendidos pela rede de distribuição
Fortaleza, Caucaia, Maracanaú, Eusébio, Aquiraz, São Gonçalo do Amarante, Pacatuba, Horizonte, Aracati, Pacajus e Itaitinga.
Municípios atendidos por GNC
Canindé, Quixadá e Fortim.
Tamanho da rede
676.811,74 km
*Janeiro a setembro de 2024
Fonte: Cegás