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Ausência de navio regaseificador já começa a ameaçar investimentos no Ceará
Economia

Ausência de navio regaseificador já começa a ameaçar investimentos no Ceará

|IMPACTO| Segundo o secretário do Desenvolvimento Econômico, Salmito Filho, oferta insuficiente de gás natural põe em risco decisão de empresa indiana de se instalar no Estado
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SALMITO Filho, da SDE, também destacou urgência em estruturar terminal de gás (Foto: Lorena louise/Especial para O POVO)
Foto: Lorena louise/Especial para O POVO SALMITO Filho, da SDE, também destacou urgência em estruturar terminal de gás

O secretário do Desenvolvimento Econômico do Ceará, Salmito Filho, voltou a ressaltar a importância do Estado contar com um navio regaseificador para suprir a demanda de gás natural e alertou para o risco da perda de um investimento indiano para São Paulo.

Isso porque a empresa, de nome e segmento não revelado pelo gestor, demandou 900 mil m³/dia do insumo, mas a atual oferta de gás natural no Ceará gira em torno de 500 mil m³/dia.

A outra opção para dar condições a esse e a outros negócios é a construção de um terminal de gás, contudo, a operacionalização dessa alternativa seria mais complexa e demorada. A embarcação da Petrobras foi enviada para Santa Catarina em dezembro do ano passado.

“Existe uma empresa indiana que, hoje, tem preferência por se instalar no Ceará, mas atualmente, não temos condições de atender a essa demanda. O que eu disse aos representantes dessa indústria é que, como eles não vão se instalar imediatamente, nós estamos nos preparando para responder com segurança técnica assim que possível. A nossa indústria aqui consome gás, e a falta de competitividade faz com que ela perca vantagens”, pontuou Salmito Filho.

A declaração foi dada durante seminário intitulado “O Biometano e o Gás Natural na Transição Energética”, promovido ontem pela Companhia de Gás do Ceará (Cegás), que reuniu empresários, pesquisadores, autoridades e especialistas do setor de energias renováveis e inovação. Atualmente, cerca de 15% do gás utilizado pela empresa (ou cerca de 85 mil m³) vem da usina de produção de biometano GNR Fortaleza, que capta e trata o biogás gerado no Aterro Municipal Oeste de Caucaia (Asmoc).

O gestor também destacou que “é urgente e necessário estruturar o terminal de gás. Precisamos de gás para consolidar a transição energética e atrair novas indústrias, especialmente as verdes. Está comprovado que o gás é uma matriz energética que contribui para a sustentabilidade e, rigorosamente, para a indústria. Logo, a indústria verde se conecta com o projeto do Estado do Ceará de desenvolvimento sustentável e economia verde”.

Por sua vez, o diretor-presidente da Cegás, Miguel Nery, citou a importância de “identificar possíveis projetos sobre biometano e gás natural no estado do Ceará, enquadráveis nas linhas de financiamento disponíveis, considerando essas possibilidades como suporte ao desenvolvimento dos referidos projetos, incluindo eventuais parceiros”.

Já a secretária da Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Ceará, Sandra Monteiro, lembrou outros potenciais para o desenvolvimento da cadeia do biometano e, por tabela, do gás natural no Estado, para além da utilização dos resíduos sólidos produzidos em aterros sanitários.

“Podemos auxiliar com tecnologia para que os homens e as mulheres do campo que trabalham com criação de animais aproveitem os resíduos que aves, suínos, entre outros, geram para a produção do biometano”, pontuou a titular da Secitece.

Por fim, o assessor da Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Gustavo Ramos, trouxe números que ilustram o potencial do crescimento do biogás no Ceará.

“Há uma previsão de geração de 12 mil empregos e uma redução de 7 milhões de toneladas de CO2. Além disso, há um potencial de produção de 700 milhões de m³ de biometano”, exemplifica.

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