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Inovação requer método e humanização, diz criador do Zé Delivery
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Inovação requer método e humanização, diz criador do Zé Delivery

| STS 2024 | Evento reúne mais de 24 mil pessoas interessadas no potencial que a tecnologia aliada à criatividade pode dar aos negócios
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CLÁUDIO Azevedo trabalha, atualmente, capacitando lideranças em tecnologia (Foto: Igor Barbosa/Divulgação/Sebrae-CE )
Foto: Igor Barbosa/Divulgação/Sebrae-CE CLÁUDIO Azevedo trabalha, atualmente, capacitando lideranças em tecnologia

No segundo dia de programação do Siará Tech Summit, evento voltado para inovação que já soma mais de 24,4 mil participantes, o grande destaque foi a participação de um dos criadores do aplicativo de entrega de cervejas, entre outras bebidas, Zé Delivery, ligada à multinacional do setor cervejeiro Ambev.

Cláudio Azevedo, que deixou a companhia para fundar a Stride Edtechs, companhia que capacita lideranças na área de tecnologia, destacou que a “tecnologia é algo que se faz com método” e citou exemplos de grandes empresas que conseguiram se reinventar, destacando que pequenos negócios também podem inovar desde que tenham o cliente como foco.

Ele citou o exemplo da própria Ambev, que enfrentava perda de mercado para concorrentes como a Heineken quando decidiu apostar em inovação há cerca de oito anos, resultando inicialmente na startup que viria a ser o principal canal de vendas do grupo já em 2022, a Zé Delivery.

“Em 2016, foi criada a ‘casinha’, que era literalmente uma pequena casa verde, destinada a uma família que estava vaga atrás do prédio da Ambev em São Paulo. A empresa alugou o espaço para acolher os colaboradores e desenvolver ideias inovadoras”, lembrou Azevedo.

“Em 2019, essa estrutura se tornou o que hoje conhecemos como o braço de inovação da Ambev no Brasil. Quatro anos depois, essa ideia, que era apenas uma hipótese de produto, se mostrou fundamental para o crescimento da empresa. O aplicativo permite que a cerveja chegue ao cliente de maneira rápida e eficiente. Era essencial que a bebida chegasse gelada. Ninguém quer receber uma cerveja morna em casa. O desafio era garantir que a entrega fosse feita corretamente, pois o cliente esperava uma experiência agradável”, prosseguiu o criador do Zé Delivery.

Além de contar a história do desenvolvimento do Zé Delivery, o empreendedor defendeu a necessidade de que as empresas precisam investir no conhecimento do cliente, não apenas de forma quantitativa, mas humanizada. Ele citou uma experiência da própria família e de grandes marcas que tiveram perdas expressivas de mercado por terem demorado a perceber mudanças no comportamento do consumidor.

Nesse sentido, ele contou o caso do avô que tinha uma rede de 32 lojas de revelação de fotografias em Belém, mas que foi à falência após a chegada da Kodak na cidade, tendo posteriormente sido ela própria abalada significativamente pelo advento dos smartphones e da possibilidade das pessoas produzirem seus próprios registros fotográficos por meio digital.

Sobre o sucesso de ferramentas do chamado marketplace, como o próprio Zé Delivery, Ifood, Shoppe, inspiradas no modelo Uber, Azevedo destacou que para essas plataformas obterem êxito “é preciso ter muitas pessoas oferecendo um serviço e muitas pessoas interessadas em comprar esse serviço ou produto”.

“Porque, se você tem muitas pessoas querendo vender e ninguém querendo comprar, pela lei da oferta e da procura, não teremos negócios. Da mesma forma, se há muitas pessoas querendo comprar e poucas pessoas vendendo, você entrará no aplicativo e não encontrará o produto ou serviço desejado”, exemplificou.

“Por exemplo, quando você pede um Uber, talvez espere uns 5 minutos. Se demorar mais do que isso, acaba cancelando. Essa equação faz com que a empresa tenha que colocar muitos carros nas ruas. Ela também precisa trabalhar para garantir que muitas pessoas estejam pedindo Uber; caso contrário, o negócio falha”, concluiu.

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