A instalação de um porto seco no município de Quixeramobim, no Sertão Central, terá áreas para tancagem – armazenamento e distribuição de combustíveis –, grãos, minérios, contêineres, portuária, administrativa e usina solar, além de heliponto e um espaço remanescente.
Veja mais detalhes do projeto abaixo, o que inclui a busca por empresas parceiras.
A ser construído pela empresa Value Global Group, o projeto de R$ 625 milhões – com geração de 1,3 mil empregos diretos e indiretos – visa contemplar, de modo geral, um complexo logístico e industrial, porto seco e posto de combustível, atrelado à ferrovia Transnordestina.
A estrutura é parecida com a de regiões portuárias no Ceará, como a do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), em São Gonçalo do Amarante, e a do Porto do Mucuripe, na Capital, com espaços para caminhões e silos.
Quixeramobim já conta com 12 pré-contratos assinados com empresas de diversos setores interessadas em aderir ao espaço do terminal multimodal, reunindo estruturas de carga e descarga para diversos setores produtivos.
Apenas a participação da Vibra – antiga BR Distribuidora – é de conhecimento público. Outras distribuidoras estão interessadas no projeto também, mas todas companhias estão mantidas em sigilo devido à confidencialidade dos acordos.
A expectativa é de que a estrutura esteja em operação em 2026, com faturamento anual previsto em R$ 2,5 milhões. Enquanto a preparação da área para o processo de terraplanagem iniciou no último dia 14 de outubro.
O CEO da Value Global Group, Ricardo Azevedo, citou que o diferencial do porto seco é a economia significativa nos custos de frete, com uma redução de até 50% em comparação aos transportes rodoviários que saem do Piauí, por exemplo.
“Isso trará benefícios não só para os produtores da região, mas também para toda a cadeia produtiva”, destacou Ricardo, pontuando que o projeto abre espaço para empresas correlatas, como borracharias, restaurantes, hotéis, indústrias, entre outras.
O empreendimento foi negociado entre Quixeramobim e a Value Global Group há dois anos, sendo que, em abril deste ano, foi assinado um memorando de intenções. A área, de 360 hectares, tem a capacidade de carregar e descarregar cerca de 2.400 metros lineares.
De acordo com o secretário do Desenvolvimento Econômico de Quixeramobim, Afrânio Feitosa, o porto seco possibilita que o município se torne definitivamente “a capital do Sertão Central”, trazendo um “fortíssimo impacto” econômico e social para o local.
Em apresentação publicada pelo secretário, é dito que Quixeramobim foi escolhida para abrigar o projeto por causa da sua demanda por grãos em grande quantidade, além de uma reserva de minérios, pedras ornamentais, polo calçadista e infraestrutura próxima à Transnordestina.
O intuito é oferecer aos usuários do porto seco o máximo de serviços para auxiliar na eficiência operacional e na redução de custos. Assim, o espaço contemplará serviços de:
Serão oferecidos segurança e atendimento 24 horas por dia. O posto deve atender, também, aos usuários da rodovia CE-166, segundo apresentação do secretário Afrânio.
O intuito do empreendimento é possuir uma estrutura 100% autossuficiente, cumprindo requisitos de ESG (Ambiental, Social e de Governança Corporativa, na tradução da sigla em inglês).
O complexo contará com uma usina fotovoltaica com capacidade instalada para atender toda a sua estrutura orgânica, de parceiros e clientes. A estrutura inicial será de 448 watt-pico (kWp), em uma área de 10 mil metros quadrados, com capacidade de expansão de 10 vezes.
Serão oferecidos, também, serviços de internet, telefonia, água e esgoto, conforme apresentou o secretário Afrânio Feitosa.
Já os investimentos para carga e descarga da ferrovia Transnordestina, que deve chegar ao local até 2026 e ser concluída até 2027, deverão ser um diferencial para os clientes do porto seco, na visão apresentada por Afrânio Feitosa, secretário de Quixeramobim.
“Teremos condições de operar com vários tipos de carga, como grãos, minérios, pedras ornamentais, cargas tipo, cargas secas, contêineres secos e refrigerados, graneis líquidos”, detalhou o conteúdo.
Haverá um pátio de 33 hectares destinado exclusivamente à operação de minérios, a fim de atender vários tipos de minérios e evitar contaminações.
Operações de cabotagem para cargas de grandes volumes, como cimento, calcário, gesso, sal, entre outros, também foram visualizadas por especialistas. As informações foram apresentadas pelo secretário municipal nas redes sociais.
A ideia é desafogar o Porto de Itaqui, no Maranhão, com armazenagem, carregamento e descarregamento de grãos e fertilizantes. “Teremos mais cargas deste tipo para o Porto do Pecém”, incluiu a apresentação.
Além de atender empresas voltadas ao comércio exterior por meio da ferrovia Transnordestina, o porto seco mira, em operação de carga fracionada, a utilização do modal aéreo no Aeroporto de Quixadá e no Aeroporto de Fortaleza.
O Value Global Group está cadastrando – pelo e-mail contato@valueglobalgroup.com – empresas interessadas em parcerias nos segmentos abaixo:
“O nosso grupo está aberto a opção de investidores interessados em fazer parte do nosso projeto”, pontuou em apresentação, divulgada por Afrânio Feitosa.
*Com informações de Armando de Oliveira Lima, Samuel Pimentel e Fabiana Melo