As obras de conclusão do ramal Pecém da Ferrovia Transnordestina devem ter um incremento de 220% em termos de contratação de mão de obra, passando de 2,5 mil para 8 mil empregos diretos gerados, a partir da autorização para a assinatura de aditivo da ordem de R$ 3,6 bilhões a ser celebrado entre o Banco do Nordeste (BNB) e a Transnordestina Logística (TLSA), no último dia 5.
A estimativa foi dada pelo diretor de Fundos, Incentivos e Atração de Investimentos da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), Heitor Freire, durante participação no quadro Guia Econômico, veiculado ontem na rádio O POVO CBN.
Quando for concluído, o ramal Pecém liga a cidade de Eliseu Martins, no Piauí, passando pela cidade de Salgueiro, em Pernambuco, e chegando até o Complexo Industrial e Portuário de Pecém, em São Gonçalo do Amarante (CE).
Freire calcula ainda que com o novo aditivo o número de emprego indiretos gerados chegará a 23 mil empregos indiretos.
“Ainda faltam quatro lotes, mas 70% da obra já está concluída. Com esse último aditivo, o novo financiamento é de R$ 7,8 bilhões, sendo que, da Sudene e do Fundo de Desenvolvimento do Nortes (FDNE), são R$ 3,6 bilhões, que serão liberados em quatro parcelas, sendo três de R$ 1 bilhão e uma de R$ 600 milhões, que vão finalizar toda a obra”, pontuou o gestor.
“É uma obra grandiosa que coloca o Ceará e o Nordeste em um nível internacional. Hoje, o Porto do Pecém já é um ponto estratégico no mundo, e essa obra trará mais agilidade, rapidez e redução de custo no transporte, além de colocar o Estado e a Região em uma posição mais competitiva”, acrescenta o diretor da Sudene. Ele ressaltou ainda que “existe uma pressão da Sudene e do Governo Federal para que essa obra possa ser entregue, em parte, já a partir de 2026, mas o cronograma definitivo vai até 2028, e tudo indica que será cumprido”.
Além desse montante, conforme noticiou O POVO, na data da autorização do aditivo, a TLSA aportará R$ 2 bilhões em recursos próprios para o término das obras e buscará R$ 1,5 bilhão de outras fontes. Segundo o diretor-presidente da Transnordestina, Tufi Daher Filho, a negociação envolveu ministros e secretários estaduais, além do próprio governador Elmano de Freitas (PT). “Isso é motivo de muito orgulho para a classe ferroviária, para o Nordeste e para o Brasil. Vamos contratar as obras e finalizar esse projeto”, comemorou.
Em paralelo, a TLSA também assinou mais um pré-contrato com investidores interessados em operar o Terminal Logístico de Iguatu (CE). Em nota enviada à imprensa, a empresa afirmou que “o terminal será de responsabilidade deste grupo de empresários e nele será feita a recepção de carga ferroviária, armazenamento e distribuição dos volumes para atender a região central do Ceará”.
O informe prossegue afirmando que “as cargas serão originadas a partir do terminal da TLSA no Piauí e terão como destino o município de Iguatu. As obras do terminal devem ser iniciadas até o final deste ano, com previsão de transporte comissionado em 2025, mesmo antes da conclusão da ferrovia até o Porto do Pecém. O pré-contrato prevê o transporte de soja, milho e farelo de soja”.
Por fim, a TLSA diz que “a construção de toda a estrutura e dos silos para armazenamento de grãos será de responsabilidade dos investidores, cabendo à TLSA a construção do desvio ferroviário para descarga no terminal”.
O empreendimento do TLI tem investimento total estimado em R$ 20 milhões, explica Eugério Queiroz, sócio do TLI. "O trem já circula todos os dias trazendo brita para o trecho atual em construção", afirmou Eugério Queiroz, ao estimar que o terminal vai iniciar suas atividades antes mesmo da conclusão da ferrovia.
Suape
Conforme Heitor Freire, o chamado ramal Suape, será feito como uma obra separada, com novo cronograma e, com a possibilidade de ser operado por uma nova empresa