O pagamento do 13º salário vai injetar, até o fim de 2024, cerca de R$ 8,8 bilhões na economia do Ceará. Ao todo, 3,16 milhões de pessoas devem receber o valor no Estado, o que representa uma média de R$ 2.314,69.
Veja mais abaixo como funciona e dicas para utilizá-lo.
Os dados fazem parte do levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgado na última quarta-feira, 13.
Os empregados do mercado formal, celetistas ou estatutários, representam 55,9%, enquanto pensionistas e aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) equivalem a 44,1%. Nos valores, a distancia é um pouco maior, sendo R$ 5,39 bilhões e R$ 2,1 bilhões, respectivamente.
Levando em consideração o cenário nacional, a projeção para a economia brasileira é de R$ 321,4 bilhões, com 92,2 milhões beneficiados. A média é de R$ 3.096,78 por pessoa.
Para o cálculo do pagamento do 13º salário em 2024, foram reunidos dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), ambos do Ministério do Trabalho e Emprego.
Também foram consideradas informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PnadC), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), da Previdência Social e da Secretaria do Tesouro Nacional (STN).
Vale lembrar que o departamento não leva em conta autônomos, assalariados sem carteira ou trabalhadores com outras formas de inserção no mercado de trabalho que, eventualmente, recebem algum tipo de abono de fim de ano, pois não há dados disponíveis sobre esses proventos.
O 13º salário é um direito garantido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) para todos os trabalhadores com registro em carteira. A partir de 15 dias de serviço, o empregado já passa a ter direito de receber o 13° salário.
Caso tenha sido demitido sem justa causa, o trabalhador também tem direito ao décimo terceiro proporcional ao tempo trabalhado.
Já o cálculo é feito considerando o total de meses trabalhados no ano. O valor é igual a um doze avos do salário por mês trabalhado. O pagamento é dividido em duas parcelas: a primeira deve ser paga até o dia 30 de novembro e a segunda até 20 de dezembro.
De acordo com o economista Alex Araújo, o 13º salário é um componente importante no calendário econômico, gerando um aumento da demanda agregada no último trimestre.
"Ele impacta positivamente o comércio varejista, especialmente o varejo de bens de consumo duráveis e semiduráveis, como eletrodomésticos, roupas e calçados, além de beneficiar setores como alimentação e serviços."
Além disso, explica que, tradicionalmente, o valor recebido tem três principais destinos: pagamento de dívidas, consumo, e, em menor proporção, poupança ou investimento.
"Nos últimos anos, com o aumento dos níveis de endividamento, especialmente após a pandemia, uma parte dos brasileiros tem utilizado o recurso para quitar ou renegociar dívidas, em detrimento do consumo. Porém, em momentos de maior confiança do consumidor, como o observado em Fortaleza, cresce o uso para consumo, sobretudo com a antecipação das compras de fim de ano, favorecida por eventos como a Black Friday", ressalta.
Por isso, o economista alerta que, para um melhor uso do dinheiro, é importante que o indivíduo planeje antes de gastar, com um orçamento que priorize dívidas, e evitar comprar itens por impulso, com uma monitoração apenas dos produtos desejados e dos preços reais.
Alex Araújo também alerta para uma reserva de parte do valor para as despesas do início do ano. Isso porque aparecem impostos como o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU), assim como as compras de material escolar.
A parcela mais expressiva do 13º salário (50,1%) deve ser paga nos estados do Sudeste, região com maior participação relativa no PIB do país e que concentra a maioria dos empregos formais e aposentados e pensionistas.
No Sul, devem ser pagos 16,7% do montante e, no Nordeste, 15,9%. Já às regiões Centro-Oeste e Norte cabem, respectivamente, 9% e 5%.
Importante registrar que os beneficiários do Regime Próprio da União receberão 3,4% do montante e podem estar em qualquer região do País.
Além disso, o maior valor médio para o 13º deve ser pago no Distrito Federal (R$ 5.665) e o menor, no
Maranhão e Piauí, o equivalente a cerca de R$ 2.000.
Para os assalariados formais dos setores público e privado, que correspondem a 55,5 milhões de trabalhadores, excluídos os empregados domésticos, a estimativa é de que R$ 212 bilhões serão pagos a título de 13º salário até o fim do ano.
A maior parcela do total a ser distribuído caberá aos ocupados no setor de serviços (incluindo administração pública), que ficarão com 64,6% destinado ao mercado formal.
Por outro lado, os empregados da indústria receberão 17%, sendo que os comerciários terão 13% e os que trabalham na construção civil 3,3%. O restante (2,1%) será recebido pelos trabalhadores da agropecuária.
Em termos médios, o valor do 13º salário do setor formal corresponde a R$ 3.820. A maior
média deve ser paga aos trabalhadores do setor de serviços e equivale a R$ 4.382.
A indústria aparece com o segundo valor, equivalente a R$ 3.896 e o menor ficará com os trabalhadores do setor agropecuário (R$ 2.380).