A "Fábrica de Programadores - Aprendendo a programar com games" premiou três estudantes da rede educacional nesta terça-feira, 19. O evento ocorreu na Fábrica de Negócios, em Fortaleza.
A grande vencedora foi Maria Paula Mesquita, de 17 anos, estudante do terceiro ano do ensino médio do colégio Christus, na capital cearense.
O trabalho de Maria Paula foi o jogo "Açaí Play", simulado para uma experiência de empreendedorismo em que o jogador administra uma loja de açaí, atendendo pedidos de clientes.
Além disso, envolve habilidades de matemática e gestão de tempo. Isso porque o jogador deve montar os pedidos corretamente e rapidamente para acumular pontos e não perder clientes, com opções de refazer a fase ou voltar ao início em caso de derrota.
"Sempre gostei dessa parte dos jogos em que você vai montando as coisas. Até me inspirei naquele joguinho antigo do Windows, em que você monta comidas, adoro esse tipo de jogo! Foi muito legal poder conciliar isso com o desenvolvimento sustentável, por causa do açaí, e com o empreendedorismo", explica a estudante.
Maria Paula Mesquita também reforça como o curso deu uma base para conseguir implementar o programa. "Com o suporte que tive, consegui desenvolver minhas ideias e avançar com o projeto", finaliza.
Em segundo lugar, ficou a estudante Maria Giovanna Siqueira da Silva, da EEEP Aderson Borges de Carvalho, em Juazeiro do Norte, com o jogo Ecoaventura. Nele, é ensinado a biodiversidade e a preservação ambiental para crianças.
Com uma história ambientada em uma floresta mágica ameaçada, o jogador assume o papel de defensor ambiental e enfrenta desafios que ensinam sobre ecossistemas e práticas sustentáveis.
Por fim, em terceiro lugar, ficou o "Woman is history", o qual destaca mulheres históricas e suas realizações, desenvolvido pela Margarida Ellen Almeida Gomes.
Ela estuda em Alto Santo, na EEEP Vereador José Batista Filho, e desenvolveu um passatempo para os jogadores ajudarem personagens femininas a cumprir objetivos históricos e respondem perguntas com três níveis de respostas (boa, mediana ou ruim).
Este foi o terceiro ano do "Fábrica de Programadores", projeto de parceria da Universidade Federal do Ceará e Fundação Demócrito Rocha (FDR). O curso contemplou 2 mil alunos neste ano, com 36 tutores da Universidade Federal do Ceará (UFC), que aprenderam os princípios de programação.
O curso foi 100% digital e gratuito. Além da lógica de programação, alunos aprenderam conceitos básicos de linguagem orientada a objeto e outros temas necessários para ensinar como criar seu próprio jogo. Também durante a cerimônia, houve duas palestras: uma com Daniel Gularte sobre o mercado de games e outra e com W. Gabriel, de inteligência artificial.
No total, foram 15 finalistas, sendo dez deles representantes do interior do Estado, três da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), uma de Vila Velha, no Espírito Santo e uma de Florianópolis, em Santa Catarina.
Nesse sentido, o coordenador do programa e colunista de Tecnologia da Rádio O POVO CBN, Hamilton Nogueira, destaca a presença do interior entre os finalistas.
"Eles demonstram muito orgulho e valorizam os ensinamentos, especialmente nas aulas de empreendedorismo. É fundamental descentralizar o desenvolvimento intelectual; o Ceará não pode se restringir a Fortaleza."
Outro ponto reforçado é a importância da iniciativa em estabelecer o contato entre os estudantes, que vivenciam o mundo tecnológico como usuários, clientes ou jogadores, e a lógica de programação, que é a base para se tornar um profissional de TI.
"Isso permite que eles compreendam o que está por trás daquilo que utilizam [...] Dado o forte vínculo entre tecnologia e juventude atualmente, acredito que essa é uma forma consistente de apresentar uma oportunidade de desenvolvimento econômico e intelectual, que é o objetivo da fábrica de programadores."
Já o secretário da Juventude de Fortaleza, Davi Gomes, acredita que a iniciativa é relevante, pois dialoga diretamente com o mercado atual, especialmente o focado nos jovens. "A economia criativa tem crescido em todo o mundo, proporcionando oportunidades para os jovens se qualificarem em menos tempo e com rendimentos mais altos."
Também explica que o programa atende as necessidades atuais de qualificação profissional. "Estamos na era do conhecimento, e isso vai diferenciar os jovens que estarão mais preparados para o futuro. As profissões do passado demandavam um tempo extenso de formação e desenvolvimento técnico. Hoje, as profissões do presente e do futuro estão se estruturando para formar jovens de forma mais ágil e com maior rentabilidade, ao mesmo tempo em que ajudam a combater o desemprego e a ociosidade juvenil."