A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), prevê que o Ceará alcance um total de R$ 700 milhões em investimentos advindos do órgão em meados de 2025, segundo o presidente da instituição, Celso Pansera.
“A Finep está investindo muito forte aqui no Estado, o Governo Federal através da Finep. E nós avaliamos, pelos projetos que estão em andamento dentro da Finep em nossos diversos comitês e que nós já temos pontuação positiva, que até meados de 2025 a Finep totalizará investimentos da ordem de R$ 700 milhões no Ceará”, detalhou.
O especialista conversou com O POVO na terça-feira, 19, após reunião do Conselho Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, liderada pelo Governo do Estado no Palácio da Abolição, em Fortaleza, onde foram assinados cerca de R$ 61 milhões em contratos.
A liberação desses recursos federais está ligada a projetos de descarbonização e de inovação tecnológica em empresas sediadas no Estado, integrando os planos da nova política industrial brasileira, a qual integra linhas de crédito e colaboração entre setores públicos e privados.
O montante inclui tanto financiamentos quanto recursos de subvenção, que ocorrem quando a Finep investe em projetos inovadores, voltados a novos produtos e sistemas, sem necessidade da empresa devolver o dinheiro para a entidade, explicou Celso.
No Ceará, estão entre as empresas contempladas via edital a Aeris Energy, Argo Energia, TBM Têxtil Bezerra de Menezes, Santelisa Embalagens, ME2 Desenvolvimento de Softwares, Sobralnet Serviço de Telecomunicações e Vênus Tecnologia de Informação.
A M. Dias Branco também foi citada por Celso, pois recentemente conseguiu um financiamento de R$ 164 milhões para projetos de inovação. Na área de descarbonização, por exemplo, o Ceará contou com projetos aprovados nas áreas de energia eólica e hidrogênio verde (H2V).
O Ceará está na vanguarda das energias renováveis, e novos investimentos serão feitos nos próximos anos, de acordo com Celso. Um contexto importante se considerar que o Brasil está em processo de reindustrialização, em meio à necessidade de operar com energia limpa.
O presidente pontuou, ainda, que há mais R$ 300 milhões para serem assinados com empresas cearenses. “Combinamos hoje (19) com o governador (Elmano de Freitas). Nós viremos aqui em janeiro novamente para assinar esses contratos”, explicou.
“Anunciamos também um conjunto de contratos com universidades, com a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e institutos de pesquisa da região, que somando tudo nós estamos falando em R$ 372 milhões.”, acrescentou.
Na visão de Celso, as empresas estão começando a “se antenar” de que é possível captar recursos financeiros de forma barata, a juros baixos e prazos prolongados para melhorar sistemas de funcionamento e produtos, culminando em empregos com salários maiores, além da melhora na qualidade da produção.
A secretária da Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece), Sandra Monteiro, vê que um ambiente integrado com a demanda da indústria e a parte científica nas universidades pode trazer benefícios associados à melhor condição de vida dos cidadãos. “É o que importa”, disse.
Para Sandra, a ampliação e coordenação desses projetos é uma tarefa árdua, mas prazerosa, pois se tem um retorno ao investir em energias renováveis, por exemplo; além da formação de recursos humanos para a indústria atrelada ao meio acadêmico.