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Brasil chega atrasado no combate ao problema
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Economia

Brasil chega atrasado no combate ao problema

Desafio. Racismo estrutural
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Campus da Unilab em Redenção (Foto: Joakim Santos/Especial para O POVO)
Foto: Joakim Santos/Especial para O POVO Campus da Unilab em Redenção

As desigualdades raciais que atingem todos os estratos sociais têm profundas raízes na construção histórica brasileira, mas também permanecem por uma dificuldade do País em enfrentar a discussão de como enfrentá-las. Essa é a visão da antropóloga Vera Rodrigues da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab).

"O Brasil chegou muito atrasado nesse processo de combate à desigualdade racial. O passado foi escravocrata, colonial e ditatorial, mas até que ponto nós enfrentamos de fato essas questões como nação? Eu creio que esse é o ponto de virada. O Brasil sempre se negou a lidar com suas feridas estruturais. Nós saímos do processo de escravidão com uma abolição, mas sem reparação", observou a pesquisadora.

"Agora, a gente começa a fazer a reflexão, a partir de uma pauta colocada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), sobre como reparar os danos econômicos causados pelas instituições financeiras que se serviram da escravidão enquanto fomento a um suposto progresso. A gente saiu de uma ditadura falando em anistia. A verdade é que temos dificuldade em lidar com as nossas feridas históricas", pontuou.

"Então, chegamos atrasados em uma corrida de mobilidade social. O que acontece é que, para quem abre um caminho, a geração seguinte pode ter melhores condições de vida, escolaridade, acesso a bens e serviços. Mas mesmo assim, a pessoa negra ainda enfrenta desvantagens, quando você analisa economicamente os ganhos da população branca em relação à população negra", conclui.

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