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Dólar engata 5º dia consecutivo de recorde com fiscal e Trump no radar
Economia

Dólar engata 5º dia consecutivo de recorde com fiscal e Trump no radar

| Câmbio| No fim do dia, a moeda era negociada a R$ 6,06, avanço de 1,11%. É o maior valor nominal desde o Plano Real
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Dólar fechou o dia cotada a R$ 6,0680, avanço de 1,11% (Foto: © Valter Campanato/Agência Brasil)
Foto: © Valter Campanato/Agência Brasil Dólar fechou o dia cotada a R$ 6,0680, avanço de 1,11%

Pela quinta vez seguida desde a semana passada, o dólar voltou a subir e atingiu nova máxima histórica. A moeda americana encerrou o dia cotada a R$ 6,06, com alta de 1,11% em relação ao fechamento da sexta-feira, dia 29.

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O que está por trás da alta do dólar?

Foi mais um dia de mal-estar no mercado com a condução da política fiscal pelo governo. A ameaça do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas contra o Brics (grupo de países em desenvolvimento) caso eles substituam o dólar em suas transações comerciais também pesou favoravelmente à divisa americana.

Para o economista-chefe da corretora Monte Bravo, Luciano Costa, o real ainda se recente da frustração dos investidores com o pacote fiscal do governo e os "ruídos" provocados pela divulgação em conjunto da isenção de Imposto de Renda (IR) para quem recebe até R$ 5 mil mensais, embora esta medida tenda a ser apreciada pelo Congresso em 2025.

"Obviamente que a declaração de Trump sobre os Brics pesa. E o enfraquecimento do euro com o impasse no orçamento na França ajuda a fortalecer o dólar globalmente. Mas a questão fiscal ainda tem papel preponderante na depreciação do real", afirma Costa, para quem a economia com as medidas anunciadas ficará em torno de R$ 40 bilhões e R$ 45 bilhões, muito aquém dos R$ 71,9 bilhões estimados pelo governo para 2025 e 2026.

Foi a quinta alta seguida do dólar, que se acelerou depois da frustração com as medidas de cortes de gastos anunciadas na quinta-feira pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Nesse período, a moeda acumulou valorização de 4,42% ante o real. Desde o início do ano, o dólar agora acumula alta de 25,03%.

Entre as moedas fortes, o euro recuou em razão do impasse na aprovação do orçamento na França e as movimentações da extrema-direita para tentar derrubar o primeiro ministro do país, Michel Barnier.

Tirando uma queda bem limitada logo na abertura dos negócios, quando registrou a mínima da sessão (R$ 5,99), o dólar operou em alta ao longo do restante do pregão, com máxima no início da tarde (R$ 6,09).

Pela manhã, em evento da XP Investimentos, o diretor de política monetária e futuro presidente do BC, Gabriel Galípolo, fez novamente a defesa do regime de câmbio flutuante e reiterou que a autoridade monetária intervém no mercado de câmbio apenas em caso de "disfuncionalidade" - que, segundo operadores, pode ocorrer com problemas de liquidez e saídas atípicas de recursos.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu ontem no Palácio do Planalto com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e líderes do governo no Congresso para discutir a tramitação do pacote fiscal, segundo apurou o Broadcast.

Na última sexta-feira, 29, tanto o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), quanto o do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), prometeram celeridade na apreciação do plano fiscal no Congresso. Ambos alertaram que a isenção do IR avançará apenas se não comprometer o equilíbrio das contas públicas.

Também na sexta-feira, Haddad, em almoço de fim de ano da Febraban, acenou com novas medidas de contenção de gastos, amenizando parcialmente e de forma bem pontual as pressões sobre a moeda brasileira. (Agência Estado)

 

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