O ex-presidente da Petrobras e liderança do setor de energias renováveis no Nordeste, Jean Paul Prates, também defende o ressarcimento dos empresários pelo Governo Federal, a quem responsabiliza pela falta de planejamento na construção de novas linhas de transmissão na Região
"O investidor não pode ter todo o prejuízo porque, se não, quando se falar em Rio Grande do Norte e Ceará, ninguém vai querer saber porque vão dizer: 'esse é o lugar no qual você investe e, de repente, do nada, aparece um corte de metade de sua receita sem aviso nenhum'", defendeu Jean Paul Prates.
Ele afirma que a interrupção na produção é "uma consequência da falta de planejamento dos últimos sete anos, inclusive, dos últimos dois", sob a liderança do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Segundo Prates, "todo mundo sabia que a geração distribuída estava crescendo, que as renováveis no Nordeste estavam crescendo e isso era dado dos leilões federais."
"Como que agora cortam metade da receita de empresas que se dispuseram a investir aqui e diz para elas que é força maior? Isso não é força maior. É falta de planejamento. Portanto, o governo precisa pagar essa conta ou pelo menos parte dela."
Prates ainda afirmou que as interrupções são resultado de polarizações "de fontes (de energia) contra outras fontes", na qual "quem tem mais influência nos governos de ocasião muda a política para favorecer um setor ou outro e vai distorcendo os mercados e a integração energética como um todo".
Ele defende que tem uma pauta que precisa ir para a COP29, que será sediada no Brasil. "Nós do Nordeste e do Brasil equatorial mais propriamente, que envolve do Rio Grande do Norte até o Amapá, temos que falar mais alto."