Logo O POVO+
Justiça do Trabalho não consegue vender bens da Paquetá para pagar funcionários no CE
Comentar
Economia

Justiça do Trabalho não consegue vender bens da Paquetá para pagar funcionários no CE

TRT-CE tentou vender dois galpões da empresa no município de Uruburetama, mas não encontrou interessados. No Rio Grande do Sul, leilão de R$ 75 milhões só arrecada R$ 2 milhões
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
Comentar
NOTIFICAÇÕES no DET começam a partir de amanhã, 17 de setembro (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil NOTIFICAÇÕES no DET começam a partir de amanhã, 17 de setembro

A Justiça do Trabalho não conseguiu realizar a venda de bens da Paquetá Calçados no Ceará e os trabalhadores irão continuar sem receber. Passado quase um ano do encerramento das atividades da empresa no Ceará, mais de 1 mil funcionários cobram judicialmente valores a receber.

O Tribunal Regional do Trabalho (TRT-CE) da 7ª Região realizou uma primeira tentativa de oferta ao mercado de bens móveis e imóveis da Paquetá que, juntos, somam R$ 5,7 milhões a serem revertidos ao pagamento de dívidas trabalhistas da indústria calçadista no Estado.

A medida é coordenada pela Vara do Trabalho de São Gonçalo do Amarante e deve beneficiar 43 dos trabalhadores prejudicados que eram ex-funcionários da Paquetá de Uruburetama.

São dois imóveis alienados, sendo registrados no município de Uruburetama. O primeiro com valor de avaliação de R$ 1,26 milhão e o segundo avaliado em R$ 4,44 milhões. Os processos de venda são realizados separadamente.

Com o fracasso da primeira oferta de venda, o juiz de Trabalho titular Mauro Elvas Falcão Carneiro deverá fazer um novo despacho, reabrindo o prazo para que interessados possam fazer ofertas pelos imóveis.

Os processos de venda são realizados separadamente. Dentre as regras da venda pública está a de que o negócio será confirmado com pagamento de, no mínimo, 25% do valor do arremate à vista.

A expectativa dos trabalhadores é que as posses da Paquetá, alienadas pela Justiça do Trabalho para pagamento de dívida, rendam valores suficientes para a quitação dos débitos. O POVO publicou no último dia 27/11 o relato de José Robson, ex-coordenador de serigrafia da fábrica da Paquetá no município de Itapajé. Ele é um dos profissionais que entrou na Justiça do Trabalho contra a empresa para cobrar os valores devidos.

Ele conta que já conseguiu recolocação no mercado de trabalho - agora num cargo de operação, na produção de uma outra fábrica calçadista. Ele enfatizou que precisa do dinheiro a que tem direito pelo período trabalhado.

"A situação da Paquetá realmente está pendente, muita gente colocou na Justiça e estamos aguardando essa causa. Muita gente está com dívidas, mas aguardando o veredito da Justiça", afirmou ao O POVO.

A situação no Estado é similar ao que ocorre no Rio Grande do Sul, onde em novembro de 2023 a empresa demitiu mais de 200 profissionais de seu complexo fabril.

Para garantir o pagamento de direitos trabalhistas, uma ação cautelar foi aberta pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) em Novo Hamburgo-RS solicitando o bloqueio de bens da empresa, obtendo antecipação de tutela e bloqueando pelo menos R$ 4 milhões para pagamento de débitos até que a companhia definisse fontes de recursos.

O MPT recebeu denúncias de ex-trabalhadores que relataram demissões sem o pagamento de rescisões, além de não pagamento de salários e atrasos no recolhimento do FGTS.

A Justiça do Trabalho finalmente marcou datas para leiloar as posses, mas o retorno do mercado não correspondeu às expectativas. O complexo industrial da Paquetá, localizado em Sapiranga-RS, avaliado em mais de R$ 75 milhões, teve arrematados em leilão apenas três imóveis menores, por cerca de R$ 2 milhões. Não houve lances para os dois principais prédios do complexo.

 Inflação: o que é, de onde vem e como se proteger? | Dei Valor

 

Mais notícias de Economia

O que você achou desse conteúdo?