O fim do voo entre Recife, Juazeiro do Norte e Fortaleza pela Azul Linhas Aéreas é catastrófico para a cidade do cariri cearense, segundo afirmou o diretor do Conselho de Desenvolvimento do Turismo (Condetur) do Cariri, Roberto Celestino.
A companhia aérea confirmou ontem o fim da rota e segundo relatado por consumidores, o site da companhia não traz mais opções sem escalas ligando a cidade a Fortaleza e Recife após o dia 9 de março.
De acordo com a análise dessa situação realizada por Roberto em entrevista à rádio O POVO CBN Cariri, tirar a ligação aérea com as duas capitais, principalmente com Fortaleza, Cidade que ele considera a de maior influência sobre a região, é prejudicial para o turismo.
“(É) medida catastrófica para a economia e para o turismo do Cariri. Por exemplo, para as faculdades cujos professores se deslocam, para os atendimentos especializados de medicina em nossos hospitais, para o pronto atendimento de técnicos que nem sempre, dependendo do equipamento, estão disponíveis”, destaca.
Ele ainda complementa que não haveria motivo para o cancelamento dessas rotas, já que o voo possui alta demanda.
“A gente fica estarrecido, digamos, de haver essa desprogramação do voo [...], porque era uma linha cuja tarifa era mais alta do que ir a São Paulo, era uma tarifa a nível de fazer o voo Fortaleza-Lisboa, ou Fortaleza-Miami, [...] e com avião com 90% de ocupação, de modo que isso aí não se justifica”, reforça.
As linhas em questão eram operadas pelo ATR 72-600, com capacidade para 74 passageiros, sendo as únicas alternativas de ligação direta do interior cearense para duas importantes capitais do Nordeste. Já o valor médio delas, segundo Roberto, era de cerca de R$ 1.200 a R$ 1.500.
O diretor do Condetur também ressalta que o aeroporto em si está com a movimentação em alta, registrando o transporte de 498 mil passageiros em 2024.
A companhia aérea já havia anunciado neste mês que irá suspender as rotas nas cidades Sobral, Iguatu, Crateús e São Benedito. De acordo com representante da companhia, a medida ocorreu devido à alta do dólar e a da baixa demanda de voos na região.