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Chinesa impacta nas demissões de 700 trabalhadores da Aeris no Ceará, diz sindicato
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Chinesa impacta nas demissões de 700 trabalhadores da Aeris no Ceará, diz sindicato

| Crise | Somente no primeiro semestre de 2024, 1.947 demissões foram realizadas pela fabricante de pás eólicas com instalações no Complexo do Pecém
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AERIS Energy dispensa 700 trabalhadores no Ceará (Foto: Samuel Setubal)
Foto: Samuel Setubal AERIS Energy dispensa 700 trabalhadores no Ceará

Concorrência com preços de empresa chinesa que se instalou em Camaçari (BA) foi um dos fatores que impactaram nas 700 demissões de trabalhadores pela Aeris Energy, empresa localizada no Ceará, nesta sexta-feira, 7 de fevereiro, conforme o Sindicato dos Metalúrgicos (Sindmetal) no Estado.

A entidade acompanha os cortes com informes e diretos da empresa e realização de reuniões entre as partes.

A informação dos desligamentos foi apurada pelo O POVO, com o relato de que cerca de 10 ônibus foram disponibilizados para o retorno dos demitidos. O Sindicato dos Metalúrgicos (Sindmetal) confirmou o número de cortes e contabiliza 5 mil demissões em quase dois anos e permanência de 1,5 mil colaboradores

Além disso, a empresa lançou fato relevante no mercado pedindo novamente para realizar renegociação de prazos com credores.

No primeiro semestre de 2024, 1.947 demissões foram realizadas pela fabricante de pás eólicas com duas plantas no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp).

Somente no mês de maio do ano passado, a empresa demitiu cerca de 1.500 funcionários, em decorrência do encerramento de contrato com a Siemens Gamesa. À época, o grupo comunicou que estava confiante no setor de energia eólica no longo prazo.

Com apenas um cliente, um dos motivos pelos quais a agência global de classificação de risco Fitch Ratings rebaixou a nota da empresa, a busca principal é por cortar cargos com salários mais altos, conforme as informações apuradas. Porém, as demissões desta sexta-feira, 7, contaram com a área da linha de produção.

Atualmente, a companhia tem como concorrente direta a chinesa Sinoma Blade, uma das líderes mundiais na fabricação de pás eólicas, que se instalou em Camaçari, na Bahia. Ela foi inclusive ventilada pelo mercado como uma das possíveis compradoras da Aeris, mas a negociação chegou a travar, conforme a Agência Estado.

O movimento da Aeris representa fator de desconfiança em relação aos negócios para o mercado.

A quantidade de demitidos não foi informada ainda pela empresa após ser procurada. 

Porém, em nota, a Aeris frisa que reconhece o momento atual para o mercado de energia eólica no Brasil como "desafiador e bastante complexo".

"Mas acreditamos nas perspectivas positivas de futuro, dados os compromissos de descarbonização que estão sendo firmados em todo o mundo", complementou.

Com relação ao cenário de curto prazo, o grupo acrescenta que, para buscar mais eficiência operacional, fizeram "diversos ajustes" na estrutura.

"Dessa forma, a adequação no quadro de colaboradores é decorrente da perda de demandas por consequência da atual situação do mercado. Ainda assim, cabe ressaltar que seguimos entre as maiores empresas empregadoras do Ceará."

"Apesar do momento delicado, reforçamos que – de forma recíproca - seguimos contando com a força da comunidade local e de todos os agentes que integram o ecossistema do qual pertencemos, incluindo os representantes do Estado do Ceará, para promover desenvolvimento em suas diversas frentes", justificou em comunicado.

"Conscientes de que estamos diante de um grande desafio e apostando nas perspectivas de longo prazo, gostaríamos de reassumir nosso compromisso de fortalecer a indústria nacional, contribuir com a criação de políticas públicas que impulsionem o desenvolvimento e a sustentabilidade de toda a cadeia de energia renovável no País, sobretudo apoiando o pleno desenvolvimento socioeconômico do Ceará", concluiu. 

O que vai acontecer com os trabalhadores demitidos pela Aeris no Ceará

Francisco Antônio Oliveira Silveira, presidente do Sindmetal-CE, diz que a entidade busca o apoio do governo para pleitear incentivo de impostos para baratear a produção da Aeris e para proteger o trabalhador. Também está em contato com o Ministério Público do Trabalho.

Na atuação direta sobre as rescisões, Silveira diz que o sindicato oferece orientação jurídica aos trabalhadores e acompanha o cumprimento dos direitos dos funcionários. 

Ele detalha que existe a proposta por parte da companhia de que as rescisões contratuais sejam parceladas, o que é considerado prejudicial aos trabalhadores. O Sindmetal-CE avalia ainda entrar com ações judiciais.

"A Aeris vem perdendo alguns contratos. Como é que funciona a Aeris? Ela monta um galpão exclusivo para o cliente. Então, quando o cliente deixa de existir perde o contrato. Automaticamente aquele galpão não existe mais e aí ela desliga todo mundo. E com essa entrada da empresa chinesa aqui no Brasil está prejudicado bastante aqui o Ceará. Inclusive eu já conversei com alguns clientes que disseram que estão indo para lá por causa de preço", explica Silveira.

O presidente da entidade critica que "a China é um país que não tem nada a ver com o Brasil e está prejudicando o trabalhador brasileiro."

Em relação ao reposicionamento da mão de obra, ele avalia ser difícil o reposicionamento pela especificidade do trabalho de fabricação de pás eólicas.

Negociação da Aeris por mais prazo para pagar dívida

Sobre a renegociação, é a segunda vez que a companhia com sede no Ceará realiza esse movimento. No fato relevante desta sexta-feira, 7, a Aeris comunica a convocação de assembleias gerais de debenturistas.

As assembleias visam deliberar sobre a alteração do prazo de vigência das debêntures para 2030, mudanças no cronograma de amortização e nos juros, bem como a inclusão de hipóteses de resgate antecipado.

No caso das debêntures da 1ª emissão, será discutida uma prorrogação dos prazos para amortização e pagamento de juros.

A convocação se insere no contexto de negociações com credores para otimizar a estrutura de capital da empresa e sua situação financeira. 

Em suma, a Aeris está renegociando sua dívida com os investidores porque precisa de mais prazo para cumprir seus compromissos financeiros.

Para os debenturistas, o pleito pode representar um risco adicional, pois eles terão que esperar mais tempo para receber os pagamentos previstos.

A proposta é que as dívidas de primeira emissão sejam prorrogadas por até 30 dias.

Além disso, pedem extensão do prazo de vencimento para 2030, além de alterações no cronograma de amortização e juros.

Ainda discutem a mudança nas regras para a possibilidade de resgate antecipado pelos credores. (Com Armando de Oliveira Lima e Ana Luiza Serrão)

Como foi a primeira renegociação de dívidas

Na primeira negociação, a Aeris fez acordos de renegociação, denominados standtill, junto a instituições financeiras credoras e a aprovação dos debenturistas para postergar o pagamento da primeira emissão de debêntures até 28 de fevereiro.

A empresa inclusive já havia conseguido junto aos seus debenturistas um acordo para adiar em até 60 dias o pagamento de juros remuneratórios e amortização, conforme O POVO noticiou no dia 9 de janeiro.

O movimento estava sendo discutido, também, com bancos credores. Na prática, houve a suspensão do vencimento ou de ações de cobrança no período estipulado, isto é, até o início do mês de março.

Entre os representantes dos debenturistas que votaram favoravelmente ao acordo na Assembleia Geral realizada na quarta-feira, 8 de janeiro, estão as gestoras Itaú Asset, XP Vista, JGP, Icatu Vanguarda, Galápagos e Exploritas.

O documento estabeleceu, todavia, que um novo acordo de confidencialidade até o dia 20 de janeiro. Além disso, deveria haver a obtenção do standstill junto ao Santander, Banco do Brasil e Votorantim nas mesmas condições.

A Aeris não deve dar novas garantias a terceiros até o dia 28 de fevereiro, de acordo com determinação da Assembleia. O objetivo é que a empresa ganhe tempo antes de realizar os pagamentos.

"As deliberações da presente AGD (assembleia) são tomadas por mera liberalidade dos debenturistas e não impedem, restringem e/ou limitam o exercício, pelos debenturistas, de quaisquer direitos pactuados na Escritura de Emissão", esclareceu em comunicado.

O que vem acontecendo com a Aeris Energy?

A Fitch, inclusive, alertou o mercado financeiro sobre indícios de um processo semelhante à inadimplência nas renegociações de dívidas da fabricante cearense de pás eólicas Aeris Energy, rebaixando sua classificação.

A Fitch removeu a observação negativa e rebaixou de "BBB(bra)" para "C(bra)" os ratings nacionais de longo prazo da Aeris e de suas primeira e segunda emissões de debêntures quirografárias "Debêntures que não precisam de garantia"  no mercado financeiro.

Os debêntures são uma forma de investimento em que uma empresa emite títulos de dívida para captar recursos. Quem compra debênture está, na prática, "emprestando" dinheiro para a empresa e, em troca, receberá o valor investido com juros.

Aeris possui apenas um cliente

Atualmente, a Aeris possui apenas um cliente, o que representa um fator de risco para os seus negócios, segundo a Fitch.

"A empresa vivencia uma queda nos projetos de geração eólica no País, com consequente saída ou encerramento de atividade dos fabricantes de aerogeradores que utilizavam suas pás", detalhou.

A Fitch indicou que a empresa iniciou conversas para a reestruturação das dívidas. A agência vê estresse no desempenho, com a menor demanda por pás de rotores de aerogeradores tanto no Brasil quanto no mundo.

Essas informações foram divulgadas pela Aeris na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na noite de quinta-feira, 16.

Ociosidade produtiva

A Fitch vê a Aeris com elevada ociosidade da capacidade produtiva e projeta uma receita líquida aproximada de R$ 1,7 bilhão em 2024. Para 2025, R$ 823 milhões.

A produção de pás ficaria em 1,7 gigawatt (GW) no ano passado e em 813 megawatt (MW) neste ano. Já a geração de caixa deve ficar pressionada com as menores vendas em 2025.

Um dos principais indicadores financeiros, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da Aeris deve ser de R$ 50 milhões em 2025. Em 2024, o indicador previsto é de R$ 180 milhões.

"A redução da atividade em 2025 aliviará as pressões no fluxo de caixa, enquanto o de 2024 foi impactado pela devolução de antecipações de clientes", detalhou a Fitch.

A perspectiva da agência é de que a Aeris registre um fluxo de caixa das operações (CFFO, em inglês) negativo em R$ 439 milhões e um fluxo de caixa livre (FCF, em inglês) negativo em R$ 530 milhões em 2024.

Para 2025, deve haver leve recuperação, com CFFO positivo em R$ 5 milhões. Porém, o FCF deve permanecer negativo em R$ 21 milhões.

Os números refletem a pressão financeira enfrentada pela empresa em meio à redução das atividades e da renegociação das dívidas.

Aeris à venda?

A coluna Radar Econômico, da Veja, divulgou, na manhã de quinta-feira, 9 de janeiro, que a fabricante de pás eólicas chinesa Sinoma Blade está perto de comprar a Aeris, em uma oferta acima de R$ 20 por ação.

Segundo a coluna, a família Negrão, controladora da Aeris, deve aceitar a proposta. Isso porque o preço da ação está superior a cotação atual e o setor enfrenta desafios no Brasil.

A Aeris está renegociando sua dívida com os investidores porque precisa de mais prazo para cumprir seus compromissos financeiros. Essa movimentação pode indicar dificuldades de caixa ou uma estratégia para reequilibrar suas finanças e evitar problemas maiores no futuro. Para os debenturistas, pode representar um risco adicional, pois eles terão que esperar mais tempo para receber os pagamentos previstos. (Colaborou Ana Luiza Serrão)

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Vista aérea da fábrica da Aeris Energy no Complexo Industrial e Portuário do Pecém
Vista aérea da fábrica da Aeris Energy no Complexo Industrial e Portuário do Pecém

"Aeris pode entrar em recuperação judicial se não chegar à decisão rápida", avalia GTF Capital

Em meio aos desafios do setor eólico, a Aeris Energy Fabricante cearense de pás eólicas pode entrar em recuperação judicial (RJ) caso não consiga chegar a uma decisão rápida sobre como renegociar suas dívidas, de acordo com o especialista em investimentos da GTF Capital, Artur Horta.

Artur explicou que a Aeris tentou fazer um esquema de aumento de capital com o BTG Pactual por um tempo para ver se seria suficiente. “Isso não foi suficiente e, agora, os controladores vão ter que aportar um novo capital para ver se conseguem pagar essas dívidas.”

A questão, porém, é se os controladores vão, de fato, querer aportar dinheiro na companhia, se haverá um acordo de venda da empresa ou nenhuma das alternativas. Todas estas dúvidas são complicadas de prever na visão do especialista.

“Se eles não conseguirem chegar a uma decisão rapidamente, não aportarem capital ou não conseguirem negociar a dívida, pode ser que a empresa entre em recuperação judicial, sim”, analisou Artur, que acompanha a empresa no mercado de capitais.

O especialista da GTF Capital detalhou que a dívida bruta da Aeris é de R$ 1,4 bilhão e cerca de R$ 800 milhões vencem neste ano. Isso tem sido um problema para a companhia porque o mercado de energia eólica está muito ruim, com baixa demanda.

Artur acredita que a companhia precisa conversar com os credores e relatar que a necessidade de renegociação das dívidas é crucial, porque, caso não haja o pagamento, a Aeris terá que entrar com pedido de RJ e os credores receberão menos ainda.

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O que acontece com a Aeris?

Qual a situação atual?

Hoje, a Aeris possui apenas um cliente, o que representa um fator de risco para os seus negócios, segundo a agência de risco Fitch.

A agência citou indícios de um processo semelhante à inadimplência nas renegociações de dívidas da fabricante cearense de pás eólicas Aeris Energy, rebaixando sua classificação.

A Fitch removeu a observação negativa e rebaixou de "BBB(bra)" para "C(bra)" os ratings nacionais de longo prazo da Aeris e de suas primeira e segunda emissões de debêntures quirografárias no mercado financeiro.

O que a empresa está fazendo?

A Fitch indicou que a empresa iniciou conversas para a reestruturação das dívidas. A agência vê estresse no desempenho, com a menor demanda por pás de rotores de aerogeradores tanto no Brasil quanto no mundo. A Fitch vê a Aeris com elevada ociosidade da capacidade produtiva e projeta uma receita líquida aproximada de R$ 1,7 bilhão em 2024. Para 2025, R$ 823 milhões.

A produção de pás ficaria em 1,7 gigawatt (GW) no ano passado e em 813 megawatt (MW) neste ano. Já a geração de caixa deve ficar pressionada com as menores vendas em 2025.

Aeris à venda?

A coluna Radar Econômico, da Veja, divulgou, na manhã de quinta-feira, 9 de janeiro, que a fabricante de pás eólicas chinesa Sinoma Blade estava perto de comprar a Aeris, em uma oferta acima de R$ 20 por ação.

A negociação com os chineses travou e forçou a companhia a buscar novas alternativas, segundo o Broadcast do Estadão.

Governo do Ceará oferta crédito tributário para a Aeris, que demitiu 700 pessoas

O governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), disse que está em vias de aprovar no Conselho de Desenvolvimento Econômico (Condec) o acesso da Aeris a crédito tributário "O termo refere-se ao valor que o contribuinte tem direito a recuperar ou compensar junto ao fisco em decorrência de operações que geraram saldo credor de tributos" .

Isso significa que a empresa vai poder recuperar valores que foram pagos em impostos ao Estado. 

Conforme O POVO publicou com exclusividade, a fabricante de pás eólicas localizada no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp) passa pelo processo de demissão de mais 700 funcionários.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos no Ceará (Sinmetal-CE), em quase dois anos foram em torno de 5 mil desligamentos, restando 1,5 mil colaboradores atualmente.

Questionado pelo O POVO sobre medidas diante das dificuldades da Aeris, Elmano frisou a utilização do Programa Crédito Verde, aprovado em 2024 na Assembleia Legislativa do Ceará.

"Nós consideramos muito importante que o Ceará mantenha um setor na produção de energia renovável. A produção de pás eólicas é muito importante, a produção de turbinas é muito importante, e nós sabemos que isso vai ter muita importância na economia que nós pensamos para o Ceará no futuro. Então, manter essas empresas no Ceará é muito significativo, inclusive, para um emprego de maior qualidade", disse o governador.

Ele acrescenta que além do Projeto Crédito Verde, outro estímulo ao setor foi a sanção em janeiro de 2025 do Projeto de Lei nº 576, de 2021, que disciplina o aproveitamento de potencial energético offshore.

Também cita os projetos do hub de hidrogênio verde, que vão demandar montante expressivo de geração de energia no Estado.

Para se ter ideia, hoje o Ceará inteiro consome 1,5 gigawatts de energia. A prospecção é que se oito investimentos prospectados sejam confirmados localmente, a geração chegue a 10 gigawatts.

"Com os projetos que nós temos no Ceará de instalação, certamente nós teremos o aumento de compromissos que vão fazer com que a Aeris aumente a contratação da sua produção", disse Elmano.

No contexto da legislação, o "Crédito Verde" é um tipo específico de crédito tributário relacionado ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que incide sobre operações com equipamentos e componentes utilizados para a geração de energia eólica.

Mas para a utilização do dinheiro depende de a empresa:

  • Fabricar exclusivamente equipamentos e componentes para geração de energia eólica
  • Estar instalada na Região Metropolitana de Fortaleza
  • Possuir um projeto social que beneficie a comunidade local
  • Ter um faturamento mínimo de R$ 500 milhões no último ano
  • Não possuir débitos inscritos na Dívida Ativa do Estado

A perspectiva para a Aeris, segundo a agência de classificação de risco Fitch, é que ela registre um fluxo de caixa das operações (CFFO, em inglês) negativo em R$ 439 milhões e um fluxo de caixa livre (FCF, em inglês) negativo em R$ 530 milhões em 2024.

Para 2025, deve haver leve recuperação, com CFFO positivo em R$ 5 milhões. Porém, o FCF deve permanecer negativo em R$ 21 milhões.

A Fitch vê a Aeris com elevada ociosidade da capacidade produtiva e projeta uma receita líquida aproximada de R$ 1,7 bilhão em 2024. Para 2025, R$ 823 milhões.

Um dos principais indicadores financeiros, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da Aeris deve ser de R$ 50 milhões em 2025. Em 2024, o indicador previsto é de R$ 180 milhões.

Diante das falas do governador em utilizar crédito tributário, Hugo Segundo, advogado tributarista e professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), esclarece que os exportadores têm direito à devolução do ICMS cobrado sobre as mercadorias que exportam.

"Os estados nunca cumpriram a lei e nunca devolveram. Os contribuintes ficam com o crédito acumulado. O Estado deveria ressarcir em dinheiro, nunca ressarce. Se ele vai reconhecer esse crédito - se a origem for mesmo esta - não há favor nenhum."

E reforça que, seja qual for a origem do saldo, se ele existe, isso apenas significa que a empresa é credora do Estado. "Ao reconhecer isso, o Estado não faz mais que sua obrigação. Pela Constituição, deveria fazer a todos os que têm saldos credores, e não só para ela." (Com Ana Luiza Serrão) 

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