O Carnaval é uma época de oportunidades. Com uma alta concentração de pessoas com as mais diversas demandas, o período pode representar ganhos quase 100% acima do normal.
Isso é algo que acontece com a Penha Alcantara, de 50 anos. Ela costuma faturar de R$ 4 mil a R$ 5 mil, porém, no Carnaval, esse valor pode chegar a R$ 8 mil. Isso sem contar com os consertos e costuras de última hora, que no momento do aperreio quase nunca são contabilizados.
"Esse valor é sem contar os pingas-pingas. Tipo, a pessoa chega e pede muito para fazer alguma peça ou customização e eu encaixo ali rápido, ou algum biquíni que eu já tenha feito, e vou vender. Além dos consertos, que eu também faço e não coloco no orçamento", explicou.
Costureira desde os 12 anos, o período de folia sempre representou uma alta expectativa. A preparação começa cedo, logo após as festas de fim de ano, que também trazem aumento na movimentação. "A produção para o Carnaval eu já começo em janeiro. Em dezembro o pessoal já faz a encomenda. Inclusive, tem clientes que já encomendam peças depois das férias, de agosto para setembro. Aí quando recebe já liga dizendo que quer uma vaga para o Carnaval, porque ela não quer perder a vaga."
Penha relata que também acontece a alta na produção dos biquínis, que aceleram em cerca de 50%, pois precisa ser bem maior para atender todos os pedidos. Um dos acréscimos desse período carnavalesco para a costureira são os abadás, que representam aproximadamente 20% do faturamento total. (Maria Clara Moreira/Especial para O POVO)