O setor de eventos corporativos no Ceará projeta um crescimento de 15% a 20% em 2025 e já tem mais de 50 eventos de médio ou grande porte programados para 2026.
A estimativa e os dados foram apresentados pelos principais representantes do segmento, bem como do turismo de negócios, de uma forma mais ampla, durante a realização da IV Semana do Profissional de Eventos promovido pelo Sindicato das Empresas Organizadoras de Eventos e Afins do Estado do Ceará (Sindieventos-CE).
Na ocasião, foi realizado o seminário "O futuro dos eventos corporativos e o impacto do turismo de negócios".
Em entrevista ao O POVO, a presidente do Sindieventos-CE, Stella Pavan, afirma que, a continuar no ritmo atual, o número de eventos corporativos deve crescer de 15% a 20% neste ano, o que marca um retorno aos níveis pré-pandêmicos. “O grande desafio hoje é a mão de obra, já que nos dois anos que precisamos parar, muitos profissionais migraram para outros setores”, pontuou.
Ela destacou a importância do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) criado em 2022 para a manutenção e recuperação de empresas do segmento fortemente impactadas pela crise sanitária, embora admita que há pouca probabilidade de que ele seja prorrogado. “O nosso receio é o mercado cair. Em função disso, a gente está entrando com a parte jurídica para tentar rever a possibilidade de renovação. O grande problema do Perse, a meu ver, foi o número de CNAEs (Classificação Nacional de Atividade Econômicas) que entraram”, pondera.
Apesar disso, a perspectiva é extremamente positiva e já impõe ao setor, conforme a diretora da fundação Visite Ceará, Suemy Vasconcelos, pensar na expansão de espaços, descentralização dos eventos para além da Capital e atenção com o crescimento de outros mercados no Nordeste. “Em 2026, já temos 52 eventos confirmados, e para 2027, já temos 35 eventos confirmados. Sabemos que, com eventos de grande porte, há uma limitação em função da capacidade do nosso Centro de Eventos. Porém, já estamos encontrando alternativas”, afirma.
“Trabalhamos de forma que, se um evento não puder acontecer no ano seguinte, podemos trazê-lo para o outro e garantir que ele aconteça aqui. Isso faz com que a hotelaria se movimente, e o impacto econômico reverbera em toda a cadeia. Hoje em dia, o turismo já superou o agro em termos de impacto econômico. Sabemos o tamanho desse impacto, que gera empregos e renda, tanto no emprego formal quanto informal”, prossegue Suemy.
Nesse sentido mais amplo, a presidente da ABIH-CE, Ivana Bezerra, cita os números de expansão do turismo cearense registrados no 1º trimestre, bem como o alto crescimento dos números da Semana Santa em 2025, na comparação com 2024, quando a ocupação hoteleira saltou de 56% para 75%. Já o Carnaval ficou praticamente estável, na casa dos 76% de ocupação, mas o mês de março cresceu de 58% para 68% de ocupação no espaço de um ano.
“Normalmente, no 1º semestre temos uma ocupação não muito favorável devido à concentração de eventos, feiras e congressos no 2º semestre, mas quando temos muitos feriados como tivemos, isso realmente é muito bom. Sabemos que o turista impacta não só a hotelaria, mas também os 54 segmentos da nossa economia”, ressalta Ivana.