Um dos principais pontos esperados pelo setor elétrico com a construção da Linha de Transmissão de 500 kV entre Morada Nova e Pacatuba é a redução dos chamados 'curtailments', cortes programados de geração de energia, notadamente solar e eólica, que em determinados momentos do dia podem operar com uma carga superior à demanda e à capacidade do sistema de transmissão brasileiro absorver esse excedente.
Para o diretor de Hidrogênio do Sindicato das Indústrias de Energia e de Serviços do Setor Elétrico do Estado do Ceará (Sindienergia-CE), Gustavo Silva, a nova linha de transmissão é uma infraestrutura estratégica que irá fortalecer o Sistema Integrado Nacional e aumentar a capacidade de escoamento dos empreendimentos em operação no Ceará, principalmente a partir de fontes renováveis, como eólica e solar".
"Hoje, os principais pontos de conexão do Estado enfrentam limitações estruturais que resultam em curtailment, ou seja, desperdício de energia limpa produzida e não escoada, bem como limitações ao acesso de novos empreendimentos verdes por falta de capacidade de transmissão. Com a entrada em operação desta nova linha, espera-se uma expressiva redução desses curtailments", projetou.
Por sua vez, o presidente do Sindienergia-CE, Luís Carlos Queiroz, estimou que a linha de transmissão deve ser concluída até antes do inicialmente previsto. "O vencedor do leilão, com certeza, quer antecipar isso, pois o maior valor financeiro que ele tem é a antecipação disso. Com certeza, o quanto antes chegar, essa linha já chega para contrabalancear esses curtailment", ressaltou.
"A gente está muito feliz, e contando aí com toda essa estrutura. Quando se entra num leilão desse, todos os fornecedores já estão todos mapeados e inclusos. E eu tenho certeza de que isso, logo, vai se tornar uma solução aí para essa carga ali que fica na região do Araripe", concluiu o presidente do Sindienergia.