Logo O POVO+
Gripe aviária no Ceará: local com suspeita da doença está em quarentena, diz Adagri
Economia

Gripe aviária no Ceará: local com suspeita da doença está em quarentena, diz Adagri

O presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Ceará, Elmo Aguiar, alerta que a amostra é apenas uma suspeita, de uma criação familiar pequena e não comercial, de cerca de 40 galinhas
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
SUSPEITA de gripe aviária em Salitre coloca criação de subsistência no Ceará em quarentena (Foto: Moisés Ávila / AFP )
Foto: Moisés Ávila / AFP SUSPEITA de gripe aviária em Salitre coloca criação de subsistência no Ceará em quarentena

O local com suspeita de gripe aviária (influenza aviária de alta patogenicidade, H5N1) no Ceará está em processo de quarentena. É que o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) investiga um caso no município de Salitre, na região do Cariri, a 572,70 km de Fortaleza.

As amostras foram coletadas e encaminhadas para análise laboratorial em São Paulo e a expectativa de uma definição sobre o contágio ou não é acompanhada pelo presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Ceará (Adagri), Elmo Aguiar.

Ele concedeu entrevista ao âncora da rádio O POVO CBN Cariri, Luciano Cesário, nesta terça-feira, com a expectativa do exame de Salitre ter saído, mas não houve resposta até o fechamento desta matéria.

"Nós estamos nessa campanha, tentando ser o mais rápido possíveis nas ações em todo o município, onde a todo momento chega uma notícia", disse.

O gestor frisou que, até então, de 22 atendimentos que fizeram, em 13 houve suspeitas, por apresentarem sintomas da gripe, mas em todos o resultado deu negativo.

"Nós estamos aguardando essa que foi colhida em Salitre, que era em uma criação de galinhas, um rebanho pequeno, de 30, 40 animais e que, na realidade, dois animais que ficaram nessa situação, com características que podiam ser o caso da gripe aviária, mas a confirmação não veio ainda de São Paulo", detalhou.

Não houve a necessidade de sacrifício de animais na criação em suspeição. Porém, o galinheiro está monitorado, em uma espécie de quarentena. Até o resultado sair, por enquanto, Elmo destacou que o Ceará continua livre da gripe aviária.

O laboratório do Mapa é quem faz a análise. As amostras foram enviadas na quinta-feira, 15 de maio, para o Sudeste. Elmo relatou que geralmente as respostas são dadas com rapidez, mas ele diz que como deve ter muito pedido de verificação no Brasil, o prazo se estendeu. 

"E o resultado que seja dado, que esperamos que não seja a gripe aviária, qualquer um... Se, por acaso, for a gripe aviária, nós vamos tomar as providências para poder fazer uma separação dessa área, ter um controle maior, barreiras sanitárias e fazer a interdição do ambiente lá que aconteceu."

Dentre as medidas, o presidente da Adagri destacou a importância do Ceará, que tem cadastro de criadores de galinha e até de bovino. "Nós temos que ter vigilância, é o que a gente faz."

Em relação ao aparato, disse que hoje são 40 escritórios no interior do Ceará, com 14 regionais, além do apoio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e das Prefeituras municipais, nas Secretarias da Agricultura.

"Qualquer informação, qualquer cidadão que tenha qualquer uma dúvida, ele pode se deslocar a uma Secretaria da Agricultura, à Emater ou ao escritório da Adagri, ou no site da Adagri e se comunicar, que a gente imediatamente toma providência e vai em qualquer recanto desse Estado para fazer a coleta", reforçou Elmo.

Ele disse que mantém contato frequente com a Associação dos Avicultores no Estado do Ceará (Aveac), por meio do presidente da entidade, João Jorge Reis. "Ontem (segunda-feira, 19 de maio) nós tivemos uma conversa, porque na realidade gera um mal-estar maior, porque mexe com a parte financeira."

Mas, segundo o presidente da Adagri, não há prejuízo nenhum, porque se tiver a febre, a gripe aviária mesmo, não é proibido se alimentar do frango. "Basta que ele tenha uma temperatura acima de 60 graus e ficará perfeitamente cabível para todos se alimentarem."

Exportações de ovos no Ceará

Sobre exportações de ovos no Ceará, o presidente da Adagri explicou que a demanda maior é do mercado interno.

"Só uma empresa que exporta ovo. E esse ovo é o ovo embrionário, aquele que tem um pintinho dentro, que é exportado para a Guiana. É uma quantidade de 321 mil ovos vendidos por mês e que isso não ia representar muito, não ia ser muito significativo para cá, para o mercado daqui, porque o que se produz aqui se vende", declarou. 

O Ceará e a febre aftosa

Outra questão levantada por Elmo é a febre aftosa. Ele destacou que o Ceará é reconhecidamente livre da doença e livre da vacinação. "Depois de 30 anos de muita luta", acrescentou.

As cinco investigações de suspeitas de gripe aviária no Brasil

Há cinco investigações de suspeitas de gripe aviária no País, conforme atualização mais recente da plataforma de Síndrome Respiratória e Nervosa das Aves, do Ministério da Agricultura, às 8h30min desta terça-feira, 20 de maio.

As investigações estão em andamento com coleta de amostra e sem resultado laboratorial conclusivo.

De acordo com os dados da plataforma, duas investigações são em plantas comerciais, uma em granja de pintinhos de cinco dias em Ipumirim (SC), e em um abatedouro de aves em Aguiarnópolis (TO).

Outras três suspeitas são examinadas em aves de subsistência em Estância Velha (RS), em Salitre (CE) e em Eldorado do Carajás (PA).

Outras três investigações de suspeitas em aves de subsistência, de fundo de quintal, tiveram resultados negativos.

As análises que descartaram o risco de gripe aviária em produção de subsistência foram em Nova Brasilândia (MT), Grancho Cardoso (SE) e Triunfo (RS), conforme exame laboratorial.

Essas investigações são corriqueiras no sistema de defesa agropecuária nacional, já que a notificação é obrigatória.

A influenza aviária de alta patogenicidade (vírus H5N1) é uma doença de notificação obrigatória imediata aos órgãos oficiais de defesa sanitária animal do País.

Produtores rurais, técnicos, proprietários, prestadores de serviço, pesquisadores e demais envolvidos com a criação de animais devem notificar imediatamente os casos suspeitos da doença ao Serviço Veterinário Oficial (SVO).

O Brasil já realizou mais de 2.500 investigações de suspeitas de gripe aviária desde maio de 2023, quando houve a primeira ocorrência em ave silvestre, segundo o Ministério da Agricultura.

Até o momento, há um caso confirmado de gripe aviária (influenza aviária de alta patogenicidade, H5N1) em granja comercial no País, em Montenegro, em um matrizeiro de aves na Região Metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

No total, o País já registrou 164 casos da doença em animais silvestres no País (sendo 160 em aves silvestres e 4 em leões-marinhos), 3 focos em produção de subsistência, de criação doméstica, e 1 em produção comercial, somando 168 ao todo no País. (Com Agência Estado)

Veja: Governo confirma primeiro foco de gripe aviária em granja no Brasil | O POVO NEWS

Mais notícias de Economia

O que você achou desse conteúdo?