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Impacto de nova linha de transmissão começa a ser debatido hoje
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Impacto de nova linha de transmissão começa a ser debatido hoje

|ENERGIA| Primeira audiência será realizada em Morada Nova para discutir as implicações da instalação que vai atravessar dez municípios no Estado, com investimento de R$ 980 milhões
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LINHA de 500 mil volts (kV) terá extensão de 149 km (Foto: FCO FONTENELE)
Foto: FCO FONTENELE LINHA de 500 mil volts (kV) terá extensão de 149 km

O projeto de construção da Linha de Transmissão (LT) 500 kV, que ligará os municípios de Morada Nova e Pacatuba, no Ceará, avançou nesta semana para a fase de audiências públicas com as comunidades afetadas pela obra.

O empreendimento tem extensão de 149 km, atravessa dez municípios no Estado, e tem previsão de investimento de R$ 980 milhões. Ampliar a estrutura de transmissão de energia no Ceará é considerado essencial para dar suporte a grandes cadeias consumidoras de energia, tais como a do hidrogênio verde e a dos data centers (centro de dados). 

Os dois primeiros encontros ocorrem hoje e amanhã, sendo realizados, respectivamente, na Câmara Municipal de Morada Nova e na entidade Organização Barreira Amigos Solidários (Obas), no município de Barreira.

A organização das audiências, um dos passos essenciais para o prosseguimento do projeto, é conduzida pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) e terá como momentos mais importantes a apresentação e a discussão do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) da linha de transmissão.

De acordo com o gerente de Ativos Ambientais de Engenharia da Eletrobras, Renê Reis, com as audiências é aberto um “espaço de diálogo com a população das regiões envolvidas, esclarecendo dúvidas e apresentando os impactos e benefícios do projeto, assim como recolhendo sugestões”. Ele acrescenta que, “após essa etapa, o cronograma prevê a obtenção da Licença Prévia e, em seguida, da Licença de Instalação, para que as obras possam ser iniciadas”.

“A construção da linha de transmissão e a ampliação da subestação devem durar cerca de 16 meses, com a geração estimada de mil empregos diretos. Toda essa atividade gera renda e oportunidades para a população local e para os municípios envolvidos. As obras começarão com a liberação das faixas de servidão e abertura das faixas de serviço, seguindo um planejamento que busca minimizar os impactos na região. Comunidades, proprietários e autoridades municipais serão comunicados com antecedência sobre datas, características e localização das intervenções”, detalhou Renê Reis.

“Desde a capitalização da empresa, temos participado ativamente de todos os leilões de transmissão, e essa linha no Ceará é um dos empreendimentos que conquistamos nesse processo. Como maior empresa de energia elétrica da América Latina, seguimos atentos às oportunidades futuras e avaliando com responsabilidade novas alocações de capital em projetos que contribuam para a segurança energética do país e o desenvolvimento das regiões”, destacou o gerente de Ativos Ambientais de Engenharia da Eletrobras.

Já a Secretaria da Infraestrutura do Ceará (Seinfra-CE) disse, em nota, que, no que diz respeito à ampliação das linhas de transmissão para aprimorar a capacidade energética estadual, tem atuado como suporte técnico do governo cearense nas interlocuções com o Ministério de Minas e Energia (MME) e Operador Nacional do Sistema (ONS).

“Além disso, a Seinfra tem acompanhado de perto os projetos em andamento para reforço da rede básica no Ceará. Nesse contexto, a Seinfra vai enviar representante para as audiências públicas que vão discutir o projeto da Eletrobras para construção de nova linha de transmissão”, prossegue a Pasta em comunicado.

“O objetivo, sobretudo, é ouvir as demandas da comunidade e dos empreendedores para reafirmar o compromisso do Governo do Ceará com os grandes projetos de hidrogênio verde e de data centers, a serem instalados no Estado”, enfatiza a Seinfra-CE, em nota.

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Itarema, Ce BR  - 26.01.23 Energia eólica - Manuteção de geradores eólicos  (Fco Fontenele/O POVO)
Itarema, Ce BR - 26.01.23 Energia eólica - Manuteção de geradores eólicos (Fco Fontenele/O POVO)

Estrutura reduzirá desperdício de energias limpas, avalia entidade

Um dos principais pontos esperados pelo setor elétrico com a construção da Linha de Transmissão de 500 kV entre Morada Nova e Pacatuba é a redução dos chamados 'curtailments', cortes programados de geração de energia, notadamente solar e eólica, que em determinados momentos do dia podem operar com uma carga superior à demanda e à capacidade do sistema de transmissão brasileiro absorver esse excedente.

Para o diretor de Hidrogênio do Sindicato das Indústrias de Energia e de Serviços do Setor Elétrico do Estado do Ceará (Sindienergia-CE), Gustavo Silva, a nova linha de transmissão é uma infraestrutura estratégica que irá fortalecer o Sistema Integrado Nacional e aumentar a capacidade de escoamento dos empreendimentos em operação no Ceará, principalmente a partir de fontes renováveis, como eólica e solar".

"Hoje, os principais pontos de conexão do Estado enfrentam limitações estruturais que resultam em curtailment, ou seja, desperdício de energia limpa produzida e não escoada, bem como limitações ao acesso de novos empreendimentos verdes por falta de capacidade de transmissão. Com a entrada em operação desta nova linha, espera-se uma expressiva redução desses curtailments", projetou.

Por sua vez, o presidente do Sindienergia-CE, Luís Carlos Queiroz, estimou que a linha de transmissão deve ser concluída até antes do inicialmente previsto. "O vencedor do leilão, com certeza, quer antecipar isso, pois o maior valor financeiro que ele tem é a antecipação disso. Com certeza, o quanto antes chegar, essa linha já chega para contrabalancear esses curtailment", ressaltou.

"A gente está muito feliz, e contando aí com toda essa estrutura. Quando se entra num leilão desse, todos os fornecedores já estão todos mapeados e inclusos. E eu tenho certeza de que isso, logo, vai se tornar uma solução aí para essa carga ali que fica na região do Araripe", concluiu o presidente do Sindienergia.

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