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Após dois anos de queda, exportações no Ceará crescem 19,7% em 2025
Economia

Após dois anos de queda, exportações no Ceará crescem 19,7% em 2025

| MESMO COM 'TARIFAÇO' | As exportações no Estado somaram US$ 500,72 milhões, com destaque para as vendas de ferro e aço, além do crescimento na venda de maquinário
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COMPLEXO do Pecém é uma das vias de exportações do Ceará (Foto: wAURÉLIO ALVES)
Foto: wAURÉLIO ALVES COMPLEXO do Pecém é uma das vias de exportações do Ceará

Com US$ 500,7 milhões, as exportações do Ceará no 1º quadrimestre de 2025 apresentaram avanço de 19,7% na comparação com período equivalente de 2024.

A alta ocorre após dois anos de quedas nesse comparativo. O resultado acontece mesmo considerando o cenário de guerra comercial entre Estados Unidos e China e do chamado 'tarifaço', promovido pelo presidente norte-americano, Donald Trump, em abril.

Os dados são do Ceará em Comex, estudo elaborado pelo Centro Internacional de Negócios do Ceará (CIN-CE), vinculado à Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec).

Já o saldo comercial do Estado permanece negativo, em aproximadamente US$ 481 milhões, uma vez que o volume de importações, de US$ 981,8 milhões, foi superior ao de exportações. Porém, houve uma redução de 13,1% nesse déficit, no comparativo anual.

Em abril deste ano, o valor exportado também registrou crescimento, chegando a quase US$ 151,8 milhões, com alta de 24,2% e de 38% em relação a março de 2025 e a abril de 2024, respectivamente. O montante também foi o maior registrado neste ano, superando a marca de fevereiro, quando o Ceará exportou pouco mais de US$ 124,2 milhões em mercadorias.

“O desempenho positivo foi sustentado pela continuidade da recuperação nos embarques do setor de ferro e aço, que, apesar de ainda operar com instabilidade nos registros de averbação, vem mostrando avanço significativo desde o início do ano”, detalha o levantamento.

Essa instabilidade, conforme o apresentado pelo CIN-CE, vem impactando o setor de ferro e aço desde o início de 2024, o que resultou numa subnotificação dos dados, já que “muitas exportações realizadas fisicamente não foram registradas nos sistemas estatísticos oficiais”.

Em 2025, o levantamento aponta que se observa uma recomposição parcial dos volumes registrados, especialmente em abril, quando o setor exportou US$ 75,6 milhões.

No entanto, o acumulado do quadrimestre, de US$ 151,99 milhões, continua abaixo dos patamares registrados em anos anteriores, como 2022 e 2023. Os Estados Unidos respondem por 87,8% do total comercializado pelo Ceará, quando considerados ferro e aço.

Os Estados Unidos também lideram entre os destinos para os quais o Estado comercializa, de um modo geral, com 41,4% de participação nas exportações cearenses e um crescimento expressivo de 64,9% no acumulado do ano.

O comércio exterior do Ceará também alavancou com o crescimento das vendas para países como o Reino Unido (106,6%), os Países Baixos (26,9%), a China (13,8%) e a Itália (27,6%).

 

Para o CEO da Unipar-BR, Eduardo Neves, “a venda de aço para o mercado americano foi crucial para esse bom resultado das exportações, mas vale ressaltar o aumento da competitividade internacional e a conquista de novos mercados pelo Ceará”. Ele citou, por exemplo, a força do polo calçadista de Sobral, além do aumento expressivo na exportação de maquinário, que teve um salto de 789,6%.

Já a gerente do CIN, Karina Frota, ressaltou que além, desses produtos, setores como frutas, ceras vegetais e pescados seguiram contribuindo de forma relevante para a pauta exportadora do Estado", acrescentando que o crescimento das exportações para nações europeias e asiáticas, evidencia "o fortalecimento da presença internacional dos produtos cearenses em mercados estratégicos".

No que concerne às importações, em abril, a alta mensal foi de 14,9% e a anual foi de 6,6%, somando US$ 262,7 milhões. Entre as principais origens dos produtos importados pelo Estado em 2025 estão: China, que respondeu por 35,8% das compras cearenses. Vale destacar o crescimento expressivo das importações com origem no Japão, que subiram 530,8%.

As exportações cearenses neste ano continuam mantendo forte concentração geográfica, com apenas dez municípios respondendo por mais de 80% das vendas externas do Estado, dos quais seis estão localizados na Região Metropolitana de Fortaleza.

Na comparação com outros estados, o Ceará ficou na 17ª colocação em exportações no acumulado deste ano, respondendo por 0,47% do comércio exterior brasileiro. Já nas importações, o Estado ocupou o 13º lugar, com 1,1% de participação.

Em relação ao Nordeste, o Ceará ocupou, ainda, a quarta posição tanto em valores de exportação quanto em valores de importação no Nordeste nos quatro primeiros meses de 2024. (Colaborou Adriano Queiroz)

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COMÉRCIO EXTERIOR

Exportações por município

1. São Gonçalo do Amarante: US$ 162 milhões
2. Fortaleza: US$ 77,9 milhões
3. Sobral: US$ 47,8 milhões
4. Icapuí: US$ 34,9 milhões
5. Maracanaú: US$ 25,7 milhões
6. Aquiraz: US$ 18,3 milhões
7. Eusébio: US$ 18,3 milhões
8. Caucaia: US$ 17,9 milhões
9.Quixeramobim: US$ 9 milhões
10. Itarema: US$ 8,6 milhões

Importações por município

1. Fortaleza: US$ 247,2 milhões
2. São Gonçalo do Amarante: US$ 211 milhões
3. Maracanaú: US$ 139,3 milhões
4. Caucaia: US$ 133,3 milhões
5. Aquiraz: US$ 56,5 milhões
6. Eusébio: US$ 53,4 milhões
7. Crato: US$ 46,1 milhões
8. Horizonte: US$ 28,9 milhões
9. Icó: US$ 9,2 milhões
10. Tianguá: US$ 8,1 milhões

Fonte: Ceará em Comex

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