Dentre as medidas ventiladas para compensar o recuo do governo da alta do IOF, taxar investimentos como Letras de Crédito Imobiliárias (LCIs) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) foram as que mais incomodaram segmentos econômicos.
A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) e a Associação das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) criticaram a proposta de taxação dos rendimentos das LCIs.
Para a Abrainc, a proposta de taxação tende a elevar em 0,5% o custo do crédito imobiliário, restringindo o acesso à moradia em um contexto em que as taxas de financiamento já se encontram em níveis elevados devido ao patamar da Selic, de 14,75% ao ano. "Representa um obstáculo adicional para as famílias que desejam adquirir a casa própria, além de comprometer o crescimento econômico e a geração de renda no País", disse a associação.
Sobre as LCAs, o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), reagiu. "A gente simplesmente não pode aceitar", afirmou. As LCAs são hoje a principal fonte de recursos livres direcionados à concessão de crédito rural. As LCAs se consolidaram como a principal fonte do crédito rural oficial no acumulado da safra 2024/25.
Já o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, enfatizou que a política fiscal não pode ser feita onerando o crédito. "Não se faz política fiscal onerando o crédito daqueles que colocam na economia recursos para consumo, para investimento e para produção", acrescentou o presidente da Febraban. (Beatriz Cavalcante, com Agência Estado)