Logo O POVO+
Conjunto Palmeiras dá resposta à pobreza energética urbana
Economia

Conjunto Palmeiras dá resposta à pobreza energética urbana

Iniciativa.
Edição Impressa
Tipo Notícia
FORTALEZA-CE, BASIL: Usina Sola Palmas. Usina de energia solar comunitária. Projetto do Banco Palmas para gerar renda e diminuir custo da energia na comunidade. (Foto: Júlio Caesar/O Povo)  (Foto: JÚLIO CAESAR)
Foto: JÚLIO CAESAR FORTALEZA-CE, BASIL: Usina Sola Palmas. Usina de energia solar comunitária. Projetto do Banco Palmas para gerar renda e diminuir custo da energia na comunidade. (Foto: Júlio Caesar/O Povo)

Território conhecido nacionalmente pela criação do Banco Palmas, o conjunto Palmeiras, em Fortaleza, desponta mais uma vez, agora, com projeto de energia solar periférica, o Palma Solar.

Joaquim Melo, fundador do banco comunitário no bairro, conta que os pequenos produtores e as famílias, de forma geral, há tempos reclamam do alto custo da tarifa de energia. Sendo um dos custos mais caros para manter um pequeno negócio ou para fechar o orçamento das famílias.

"Ao mesmo tempo que se noticiava o avanço no Brasil e, no Ceará, de grandes usinas e até fazendas de energia solar, várias começaram a "vender energia" no Conjunto Palmeira, por um preço menor que a Enel, mas ainda muito caro", lembra.

Em abril, a usina foi inaugurada. "A Palma Solar é um empreendimento ambiental de Economia Solidária que reúne em três tecnologias sociais: banco comunitário, moeda social e produção de energia comunitária", orgulha-se Melo.

O investimento foi de R$ 100 mil, aportado pelo Fundo de Crédito do Banco Palmas, com governança e gestão de 50 famílias. Do total, 21 delas (42%) reduziram 100% na fatura. Em termos monetários, 52% das famílias economizaram mais de R$ 80. O perfil dos associados é majoritariamente feminino (72%), com 64% das famílias tendo renda de até um salário mínimo.

Cada associado paga 30 centavos por kwh adquirido. Em termos comparativos, a Enel cobra, hoje, em média, R$ 1,10 por kwh. Do montante que a família paga mensalmente à Palma Solar, 50% volta para o Fundo de Crédito do Banco Palmas e os outros 50% em forma de um cashback social. A Palma Solar tem 4.800 kwh/mês de potência.

Atualmente, já existem diálogos com a Universidade Federal do Ceará (UFC) para ampliar a produção de energia comunitária para outras fontes além da solar, como o biogás e o biocombustível.

Marúzia Viana, pesquisadora e consultora de sustentabilidade, é uma das especialistas que está estudando o projeto. "A ideia surgiu da urgência em superar os desafios da pobreza energética no Brasil, especialmente em comunidades de baixa renda. O alto custo da eletricidade impacta significativamente na renda familiar e no bem-estar dos indivíduos", analisa. 

O que você achou desse conteúdo?