Reunião em Brasília avançou no diálogo para garantir a instalação da planta de hidrogênio verde da Fortescue no Complexo do Pecém, no Ceará. A iniciativa da empresa deve injetar R$ 18 bilhões na economia do Estado. O anúncio foi feito pelo governador cearense, Elmano de Freitas (PT).
Elmano esteve em Brasília para participar de reunião com o vice-presidente, Geraldo Alckmin, e o CEO global da Fortescue, Andrew Forrest.
A empresa, australiana, possui o plano mais adiantado dentre os projetos para o hub de hidrogênio verde no Ceará. A usina deve produzir cerca de 175 mil toneladas de H2V por ano (equivalente a 900 mil toneladas de amônia). É prevista a contratação de mais de 8.900 empregos, entre diretos e indiretos.
A empresa calcula que cada tonelada de hidrogênio verde produzida evitará a emissão de 12 toneladas de dióxido de carbono (CO2), um dos principais gases causadores do chamado efeito estufa, principal fenômeno acelerador das mudanças climáticas que o planeta atravessa.
A Fortescue também já possui licenciamento ambiental emitido pela Superintendência Estadual de Meio Ambiente (Semace) para preparação do terreno onde será construída a usina.
Elmano destacou que o conjunto de projetos do hub de hidrogênio verde do Ceará tem potencial de gerar cerca de 80 mil novos postos de trabalho no Ceará, entre diretos - na operação das usinas - e indiretos.
"Seguiremos trabalhando para garantir as condições necessárias para tornar o nosso estado hub de H2V. A estimativa é de mais de R$ 131 bilhões em investimentos de projetos de várias empresas", destacou em postagem nas redes sociais.
Ainda segundo o governador, a confirmação dos empreendimentos vai gerar mais desenvolvimento econômico ao Estado e oferta de emprego qualificado para a população.
Além do projeto da Fortescue, existem pelo menos outros seis pré-contratos assinados com outras empresas, a maioria internacional.
O mais recente foi assinado com a EDF no fim de maio, em Roterdã, na Holanda. A empresa pretende implantar uma estrutura de 3 GW de eletrolisadores ao redor do mundo e o Brasil é um mercado produtor considerado estratégico.
Na ocasião da assinatura, na Holanda, o presidente do Complexo do Pecém, Max Quintino, destacou que o acordo reafirma o posicionamento estratégico do Ceará como polo de atração de investimentos sustentáveis e de alta tecnologia.
"Esse é mais um passo decisivo para consolidar o Ceará como referência internacional na economia verde e impulsionar o desenvolvimento do nosso hub de hidrogênio verde, uma iniciativa que vai transformar a economia do nosso Estado e mudar a vida dos cearenses”, completa.
Além de EDF e Fortescue, o Ceará já tem acordos com as empresas Auren Energia (antiga AES Brasil), Casa dos Ventos, FRV, Voltalia e Fuella AS. Somente esses pré-contratos assinados até agora já somam US$ 24 bilhões em investimentos. Isso deve duplicar a quantidade de empregos diretos e indiretos na região, que hoje é de cerca de 80 mil.
Os pré-contratos são reservas das áreas, as empresas já estão pagando pelo aluguel enquanto finalizam seus projetos e, a partir deste ano, devem tomar suas decisões finais de investimento e assinar contratos definitivos, iniciando a produção a partir de 2030.
Acordo
O Ceará possui, atualmente, 42 memorandos de entendimento assinados com empresas interessadas em investir no hub de hidrogênio verde no Estado