Cenários mais intensos foram projetados por Alex Agostini, da Austin Rating. Os EUA entram no conflito como um grande produtor e consumidor de petróleo e, ao mesmo tempo, uma nação com níveis de juros já elevados e preocupações com desaceleração econômica.

Uma disparada no valor do barril, portanto, impactaria as taxas de juros estadunidenses. A perspectiva, por sua vez, refletiria-se no resto do mundo, com projeções de desaquecimento econômico e até recessões.

O Brasil, por exemplo, tem os Estados Unidos como o segundo maior parceiro comercial. Qualquer efeito de desaceleração nos americanos afetaria, segundo Agostini, a atividade econômica brasileira.

Os principais impactos seriam o aumento no preço de combustíveis e nas importações, uma vez que o País não é autossuficiente no refino, somente na extração da commodity. Uma possível inflação afetaria os juros brasileiros, já em nível recorde.

"Já temos uma expectativa da desaceleração da economia a partir de 2026. Só que um aumento de juros anteciparia mais o cenário de desaceleração com risco maior de entrar em recessão ano que vem", comentou o economista.

Apesar das projeções, Agostini reforça a complexidade nas estimativas. "Guerras são dinâmicas, assim como a economia. Em pouco tempo, muito muda. Acho que é importante fazer essa ponderação", considerou ele.