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Petróleo cai mais de 7% após ataque do Irã contra base dos EUA no Catar
Economia

Petróleo cai mais de 7% após ataque do Irã contra base dos EUA no Catar

| Combustíveis | Para analistas, ação em base militar reduziu os receios de fechamento do Estreito de Ormuz
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IRÃ responde por 3,1% da produção global de petróleo (Foto: Giuseppe CACACE / AFP)
Foto: Giuseppe CACACE / AFP IRÃ responde por 3,1% da produção global de petróleo

Os contratos futuros de petróleo tombaram ontem perto de 7%, em uma sessão volátil, após autoridades relatarem que o Irã disparou mísseis contra bases militares norte-americanas no Catar e no Iraque, em retaliação aos ataques dos Estados Unidos às suas instalações nucleares no fim de semana. 

O barril recuou com a avaliação de que as ações foram limitadas, sem atacarem alvos ligados à commodity. Como resultado, o WTI ficou abaixo dos US$ 70. Seguindo os ataques iniciais dos EUA, o petróleo chegou a subir mais de 5%, especialmente pelos temores de que o Irã pudesse bloquear a importante passagem pelo Estreito de Ormuz.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato de petróleo WTI para agosto fechou em queda de 7,22% (US$ 5,33), a US$ 68,51 o barril. O Brent para setembro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), recuou 6,67% (US$ 4,96), a 70,52 o barril.

O mercado de petróleo vê o ataque como um sinal de que a capacidade de resposta do Irã é ineficaz e que o país não está retirando petróleo do mercado, afirma Robert Yawger, do Mizuho.

Ele minimiza as preocupações de que o Irã possa fechar o Estreito de Ormuz, por onde passa um quinto do petróleo mundial. "Não acho que isso vá acontecer. De qualquer forma, seria um tiro no próprio pé; eles têm dois grandes clientes, Índia e China, e se fechassem o estreito, bloqueariam suas exportações para seus dois únicos clientes", afirma Yawger.

O Bradesco lembra que, embora o Irã represente 3,1% da produção global de petróleo, sua importância estratégica é amplificada por sua posição no estreito, por onde transitam 20% do consumo global de petróleo, e por operar com capacidade de reserva limitada. "A análise de diferentes cenários indica que, sob condições atuais com danos limitados, preços próximos a US$ 70 por barril parecem sustentáveis", aponta o banco.

Em um panorama mais amplo, a Capital Economics aponta que os grandes ganhos na produção dos EUA nos últimos anos dificilmente se repetirão.

"Duvidamos que o presidente Donald Trump consiga aumentar ainda mais a produção de petróleo dos EUA. Os recentes ganhos de produtividade impulsionados pela tecnologia começaram a perder força e a queda dos preços resultou em menores taxas de perfuração", avalia.

No entanto, o forte crescimento da oferta entre outros produtores não pertencentes à Organização dos Países Exportadores de Petróleo deve garantir que o crescimento da oferta supere a demanda e direcione o mercado para um grande superávit no final de 2025 e em 2026, projeta. (Agência Estado)

Leia mais em Reportagem, páginas 4 e 5

 

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Após se aproximar de R$ 5,55 pela manhã, o dólar perdeu força ao longo da segunda etapa de negócios e encerrou a sessão de ontem em queda de 0,39%, a R$ 5,5032, passando a acumular desvalorização de 3,78% em junho.

O real se beneficiou da onda de enfraquecimento da moeda norte-americana no exterior, em meio à diminuição da percepção de risco nos mercados globais.

Ataques do Irã a bases dos Estados Unidos no Catar e no Iraque, no início da tarde, provocaram certo desconforto em um primeiro momento. Logo em seguida, contudo, os ativos de risco se recuperaram diante da avaliação de que a ofensiva iraniana foi limitada, sinal de que Teerã não deseja um confronto maior com os EUA. Também houve redução dos temores de bloqueio do estreito de Ormuz, por onde são escoados cerca de 20% da produção global de petróleo.

Termômetro do desempenho do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes, o índice DXY, que tocou 99,421 pontos na máxima, rondava os 98,400 pontos no fim do dia.

"O dólar oscilou hoje ao sabor das notícias em torno do conflito. A avaliação dos analistas de que os ataques do Irã foram contidos e mais voltados para dar uma resposta à população iraniana do que a causar grandes danos nas forças dos EUA trouxe a ideia de que não deve haver uma grande escalada", afirma o estrategista-chefe da EPS Investimentos, Luciano Rostagno.

Já o mercado de ações teve mais um dia de resultados negativos. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 136.550 pontos, com queda de 0,41%, no menor nível desde o último dia 10. O indicador foi influenciado pelas ações da Petrobras, as mais negociadas na bolsa brasileira, que caíram por causa do recuo de 7% da cotação internacional do petróleo.(Agência Estado)

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