O volume de contratações de financiamentos imobiliários dá sinais de desaceleração no Brasil e no Ceará, embora o patamar siga elevado.Em maio, foram 619 imóveis financiados no Estado. São 416 unidades a menos em relação a abril deste ano (-40,1%) e uma queda de 12,6% em relação ao igual período do ano passado.
No Brasil, a retração anual no número de unidades contratadas foi maior, de 31,9%, resultando no financiamento de 33,1 mil imóveis em maio deste ano. No comparativo com abril, a queda foi de 7,9%.
Os dados são da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) e levam em consideração os contratos de financiamento envolvendo os recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).
Ainda assim, este foi o quinto melhor resultado nacional para o mês de maio da série histórica. Em volume de recursos movimentados, trata-se de R$ 11,4 bilhões. No Estado, os financiamentos contratados em maio somaram R$ 221,5 milhões.
De janeiro a maio de 2025, o volume financiado foi de R$ 1.181.880.781 no Estado, referente à aquisição de 3549 unidades habitacionais. Queda de 8,5% e de 9,8%, respectivamente.
Vale ressaltar, que a exceção de março deste ano, quando foram comercializados apenas 482 imóveis no Estado, os demais meses de 2025 foram superiores ao resultado de maio. O melhor desempenho foi em abril, com saldo de 1.035 aquisições. Mas janeiro e fevereiro registraram a aquisição, respectivamente, de 708 e 705 unidades habitacionais.
No Brasil, nos cinco primeiros meses do ano, o total financiado com recursos das cadernetas do SBPE foi de R$ 62,4 bilhões, o que representa uma redução de 4,3% em relação igual período de 2024.
No recorte por unidades, foram 178,1 mil imóveis financiados no Brasil nos cinco primeiros meses do ano, queda de 9,7% ante o mesmo intervalo do ano anterior.
O boletim da Abecip mostra que, nos últimos 12 meses encerrados em maio de 2025, foram financiados R$ 183,9 bilhões em crédito imobiliário com recursos da poupança SBPE no Brasil, número que representa crescimento de 19,2% em relação aos 12 meses anteriores. No mesmo período, foram contratadas 548,9 mil unidades habitacionais, alta de 15,1%.
Dentre os fatores que pressionam o setor está o encarecimento do crédito. A taxa básica de juros da economia, a Selic, está em 15% ao ano, o maior patamar em quase 20 anos. Com isso, os juros dos financiamentos imobiliários também estão subindo.
De acordo com dados do Banco Central, a taxa média de juros na modalidade com recursos direcionados subiu de 9,16%, em maio de 2024, para 10,33% em maio deste ano. Já os juros do financiamento imobiliário com taxas de mercado passou de 11,49% para 14,64% na mesma base de comparação.
O levantamento da Abecip aponta também o desempenho da poupança SBPE, principal fonte dos recursos destinados ao crédito imobiliário. Em maio de 2025, a captação líquida foi negativa em R$ 129 milhões, indicando que os saques superaram os depósitos.
Apesar disso, o resultado foi menos negativo que nos meses anteriores do ano. No acumulado de janeiro a maio, a poupança SBPE registrou captação líquida negativa de R$ 39,1 bilhões em todo o país.
Mesmo com os saques líquidos, o saldo total da poupança SBPE alcançou R$ 756,9 bilhões em maio, com crescimento de 0,59% em relação a abril e de 1% na comparação com maio de 2024..