Em junho de 2025, garantir a alimentação essencial em Fortaleza foi equivalente a consumir 52,35% do salário mínimo líquido (R$ 1.404,15 com o desconto da Previdência). No País, esse percentual é de 52,66% do rendimento.
A boa notícia é que, dentre os produtos que baratearam, destacam-se banana (-2,99%), óleo (-1,81%), arroz (-1,74%), leite (-1,49%), café (-0,18%) e açúcar (-1,41%).
Na contramão, foi vista elevação mais relevante nos itens tomate (7,46%), farinha (1,36%) e carne (0,57%).
O dado é da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, divulgada nesta terça-feira, 8 de julho, pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que conclui que o salário mínimo necessário no País para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 7.416,07 ou 4,89 vezes o mínimo reajustado em R$ 1.518.
As quedas de preços também são observadas no Agregador de Preços do Preço Comparado, projeto que é parceria entre O POVO e o Departamento Municipal de Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor (Procon) Fortaleza.
Para se ter ideia, na passagem de maio para o mês passado, o conjunto dos 12 produtos que compõem a cesta básica da Capital inflacionou 0,91%, advindo principalmente da alta de seis itens e redução de outros seis.
Isso significa que Fortaleza ficou entre as seis unidades da Federação que viram a média de preços subir no período, mais resumidamente em terceiro lugar. Complementam este ranking Porto Alegre (1,50%), Florianópolis (1,04%), Campo Grande (0,46%), Recife (0,25%) e Vitória (0,22%).
Já na pesquisa do Procon Fortaleza, analisada pelo Preço Comparado no O POVO, apesar de os hortifrútis terem destaque na elevação de preços nos supermercados de Fortaleza, alguns produtos finalmente arrefeceram as altas, após algumas curvas de aumento desde o começo do ano.
Em junho, o arroz chegou ao menor valor de 2025, o que já vinha caindo desde maio, após oscilações para mais e para menos. Agora, o produto branco tipo 1 de 1 kg da Camil chegou na média de R$ 6,33, quando estava a R$ 6,64 em maio e R$ 6,93 em abril.
O azeite de oliva extra virgem tradicional da marca Andorinha, de 500 ml, vem retraindo pouco a pouco desde o início de 2025. A trajetória da média de valores, que compara 36 estabelecimentos da Capital, foi de R$ 54,39 em janeiro, R$ 52,94 em fevereiro, R$ 52,03 em março, R$ 51,56 em abril, R$ 50,93 em maio e 49,22 em junho.
O café em pó Santa Clara 250 gramas, após passar o ano em elevação, é outro produto que teve leve recuo no mês passado, passando de R$ 18,06 em maio para R$ 17,82 em junho.
A bandeja de ovo branco médio de menor valor - com 20 unidades quase chega na média de precificação do começo do ano (R$ 12,68) e já caiu para R$ 13,64. A redução começou a acontecer desde abril, quando passou de R$ 17,18 (março) para R$ 17,05. Depois ficou em R$ 15,83 em maio.
Já a de 30 unidades acompanhou esse movimento. Estava a R$ 20,96 em janeiro, passando para R$ 22,60 em fevereiro, R$ 27,23 em março, R$ 27,46 em abril, R$ 26,13 em maio e caindo para R$ 23,89 em junho.
Segundo o Dieese, essa inflação em seis de 12 itens da cesta na Capital fez com que um trabalhador, para adquirir tudo, respeitadas as quantidades definidas para a composição da cesta, tivesse que desembolsar R$ 735,11 em junho.
Considerando uma jornada mensal de trabalho de 220 horas para ganhar um salário mínimo, o Dieese calcula que o trabalhador teve que desprender 106h e 32 minutos para comprar os alimentos essenciais do mês.
No Brasil, em junho de 2025, o tempo médio necessário foi de 107 horas e 10 minutos.
Se for considerada uma família padrão (2 adultos e 2 crianças) o gasto com a alimentação ficou em R$ 2.205,33.
Em um semestre, a cesta básica de Fortaleza encareceu 9,10%. Já em um ano, a inflação foi de 5,42%
Os percentuais resultam de um encarecimento da alimentação essencial em junho de 2025 (R$ 735,11) comparada com dezembro de 2024 (R$ 673,77) e também com junho de 2024 (R$ 697,33).
Na análise das outras unidades, São Paulo foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 882,76), seguida por Florianópolis (R$ 867,83), Rio de Janeiro (R$ 843,27) e Porto Alegre (R$ 831,37).
Comparando Norte e Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram observados em Aracaju (R$ 557,28), Salvador (R$ 623,85), João Pessoa (R$ 636,16) e Natal (R$ 636,95).
Mas se a avaliação dos valores da cesta for entre junho de 2024 e junho de 2025, quase todas as capitais tiveram alta de preço, com variações entre 1,73%, em Salvador, e 9,39%, em Recife. A redução ocorreu em Aracaju (-0,83%).
No acumulado do ano, entre dezembro de 2024 e junho de 2025, todas as cidades registraram alta, indo de 0,58%, em Aracaju, a 9,10%, em Fortaleza.
Brasil
Em junho, o custo da cesta básica diminuiu em 11 localidades e aumentou em seis capitais pesquisadas pelo Dieese