O Brasil vai sair do Mapa da Fome em 2026. Quem garante é o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias, que participou ontem, em Fortaleza, da 31ª edição do Fórum Banco do Nordeste de Desenvolvimento.
Dias informou que estará na Etiópia para o anúncio do Novo Mapa da Fome de 2025. De acordo com ele, o Brasil vai ter uma nova redução na insegurança alimentar.
O Mapa da Fome da ONU, que indica os países com altos níveis de insegurança alimentar, ainda inclui o Brasil, mas dados recentes mostram uma queda significativa na insegurança alimentar severa no país.
O Brasil registrou uma redução de 85% na insegurança alimentar severa em 2023, com 14,7 milhões de pessoas deixando de passar fome.
"Ainda não vamos sair do mapa, pois o critério é um triênio abaixo de 2,5%, e o ano de 2022 ainda ficou num patamar muito alto, 4,1%. E isso impacta. Mas podem acreditar. Pela segunda vez, sob o comando de Luís Inácio Lula da Silva, em 2026, pelo resultado de 2025, o Brasil sairá do mapa da fome", afirmou o ministro. Segundo Dias, o levantamento de 2025 será anunciado no final deste mês e mostrará milhões de brasileiros fora da insegurança alimentar.
Os números, segundo Dias, refletem o sucesso da revisão do cadastro único para programas sociais. Na avaliação dele, a medida permitiu incluir milhões de pessoas que antes estavam desassistidas, além da detecção e cancelamento de fraudes que desviaram recursos.
"Foram mais de 4,4 milhões de pessoas que tentaram fraudar. Cancelamos esses benefícios fraudados. Isso foi bom porque ajudou a trazer cerca de 5 milhões e meio de famílias, que tinham direito e não estavam recebendo, sem criar maior impacto nas despesas", comentou o ministro. A expansão de iniciativas como a alimentação escolar e as cozinhas solidárias também foi apontada por como fator decisivo para a melhoria dos índices sociais.
A informação de que o Brasil deverá sair do Mapa da Fome em 2026 foi comemorada pelo presidente do BNB, Paulo Câmara. "É uma notícia muito importante, até porque o Brasil já tinha conseguido fazer isso (sair do mapa da fome) em 2014. Mas, infelizmente, houve retrocessos. Agora isso, com muita persistência, com muito trabalho, com muito planejamento, tá conseguindo ser superado", comentou.
Ele destacou o papel do BNB, por meio de programas como o Agroamigo, programa de microfinanças rural, criado em 2005, para o avanço na segurança alimentar. Em 2024, o programa ultrapassou o valor acumulado de R$ 41,7 bilhões em valores financiados desde a sua criação.
Paulo Câmara esteve, em Brasília, ontem, reunido com o presidente Lula e os demais presidentes de bancos públicos. O encontro, segundo ele, serviu para repassar ao chefe do Executivo brasileiro os resultados do primeiro semestre de 2025. "Os bancos públicos têm dado uma contribuição importante no crescimento do país. Muita ação de estrutura tem participação e financiamento nosso", disse Paulo Câmara.
De acordo com ele, o presidente Lula pediu para que as instituições financeiras, mesmo em um cenário de taxa de juros mais alta, continuem a aportar recursos. "Nosso papel é buscar alternativas para que o setor produtivo esteja cada vez mais em condição de empreender aqui, no nosso caso, na região Nordeste. Isso é fundamental para o desenvolvimento do País", destacou.
Embora não tenha sido tratado diretamente na pauta da reunião com Lula, Câmara disse que o tarifaço imposto pelo governo dos EUA às exportações brasileiras, preocupa. "A gente quer que isso seja resolvido no campo da diplomacia e das relações comerciais."
Órgão
O Condec é um órgão presidido pela Casa Civil e formado por representantes da Adece, secretarias do Desenvolvimento Econômico (SDE), da Fazenda (Sefaz), do Desenvolvimento Agrário (SDA) e do Planejamento e Gestão (Seplag)