A água de coco deve ser inserida no cardápio da merenda das escolas públicas da rede estadual cearense. A informação é da fundadora da Associação Nacional dos Produtores de Coco (Aprococo), Rita Grangeiro. De acordo com ela, a medida poderá ser adotada para mitigar o impacto da tarifa de 50% aplicada pelos EUA aplicada aos produtos brasileiros.
Rita Grangeiro esteve reunida no último dia 31 com a Secretaria da Fazenda (Sefaz). A reunião serviu, segundo ela, para traçar estratégias de ação. A compra pelo governo do estadual foi uma sugestão apresentada como ação imediata.
O segmento ficou fora da lista de exceções publicada pelo governo Donald Trump, e pode entrar em uma crise sem precedentes no Ceará. Isso porque quase 90% da produção das duas principais indústrias que beneficiam coco no Estado são vendidas aos Estados Unidos, e o momento é de uma supersafra.
A presidente da Aprococo explicou que, antes mesmo do anúncio do aumento da tarifa feito pelos EUA, o setor já vinha enfrentando uma crise provocada pela retração no consumo da água de coco no mercado interno. "O frio se estendeu nos estados do Sul e do Sudeste. Já estávamos com essa dificuldade. Agora, temos a situação agravada pela taxação dos EUA", comentou.
Outro setor que aguarda o anúncio do plano de ajuda do governo é o de couros. No Ceará, as vendas já sofrem o impacto do tarifaço dos EUA. Márcia Oliveira Pinheiro, presidente do Sindicato da Indústria de Curtimento de Couros e Peles do Estado do Ceará (Sindicouros) estima que cerca de 80 a 90% das vendas do setor foram afetadas.
"Além das exportações diretas do couro cearense para os EUA, temos também couros vendidos no mercado nacional para calçadistas, que por sua vez exportam para lá", informou.
Segundo ela, há calçadistas cancelando pedidos feitos anteriormente, esperando ver como o mercado vai se ajustar. O setor ainda está levantando a quantidade de empregos que será impactada. "Está tudo mundo incerto", comentou