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Cagece projeta investimento de R$ 8,1 bilhões até fim de 2029
Economia

Cagece projeta investimento de R$ 8,1 bilhões até fim de 2029

| Parceria público privada| Para o presidente da Cagece, Neuri Freitas, parcerias com o setor privado são fundamentais para a atuação no saneamento, universalizando os serviços
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NEURI afirma que uma nova PPP de esgoto deve ser lançada até o fim deste ano (Foto: JÚLIO CAESAR)
Foto: JÚLIO CAESAR NEURI afirma que uma nova PPP de esgoto deve ser lançada até o fim deste ano

O presidente da Companhia de Água e Esgoto (Cagece), Neuri Freitas, falou sobre o plano de investimento da empresa até fim de 2029, que será de R$ 8,1 bilhões, somando recursos próprios e de Parceria Público-Privada, as chamadas PPPs. O planejamento foi apresentado, ontem, em reunião na Câmara de Dirigentes Lojistas de Fortaleza (CDL).

Segundo Neuri, o investimento teve uma parcela de R$ 3,3 bilhões que já foi capitado pela empresa. Outros R$ 2,1 bilhões são provenientes de PPP, enquanto o valor restante de R$ 2,7 bilhões dever ser capitado por meio de recursos e outras PPPs.

O presidente citou a importância das parcerias feitas no Estado: "Nós fizemos a maior PPP do país, ela é referência hoje no Brasil. Todo mundo quer saber como nós fizemos para atender 4,3 milhões de pessoas, investindo R$ 6,2 bilhões, com um contrato de manutenção, operação com os investimentos de R$ 19 bilhões por 30 anos".

Ele explica que parcerias com o setor privado são fundamentais para a atuação no saneamento, universalizando os serviços. No caso da Cagece, foi realizada para atender ampliar o acesso ao serviço de esgoto na Região Metropolitana de Fortaleza e no Cariri.

Uma nova PPP de esgoto prevista pela empresa deve ser lançada até o fim deste ano, com investimento de R$ 7 bilhões, buscando atender 1,2 milhão de pessoas.

Atualmente, a Cagece atende 152 municípios cearenses, beneficiando 5,5 milhões de pessoas no Estado. A empresa conta com 5,7 mil profissionais trabalhando na companhia.

Quando falamos de abastecimento de água, a companhia tem cobertura de 99,61% em Fortaleza, e atende 75,44% das pessoas. No Ceará, a cobertura está em 99,21%, atendendo 74,94% da população.

A diferença nos números se dá pela não-interligação das casas à rede pública, o que dificulta o trabalho da empresa. Mais de 693 mil imóveis, entre residências, comércios, indústrias e equipamentos públicos, não estão ligados a rede de água da Cagece.

Já no recorte de esgoto, a situação é um pouco diferente. A Cagece tem cobertura de 71,72% das regiões, enquanto atende apenas 60,34% dos residentes. No Estado, a companhia abrange apenas 50,28% dos territórios, atendendo menos de 38% da população.

Os imóveis que não possuem ligações com a rede de esgoto chegam a 337 mil, dos quais 291 mil só em Fortaleza.

"Na verdade, falta aí o convencimento ou a obrigação que quem tem a residência naquela rua que passa a rede precisaria se interligar[...] Infelizmente, a gente não tem em toda a população essa compreensão de valor do que é água e do que é esgoto".

Conforme disse o presidente, as tarifas de água reduziriam para a população em geral, caso todos os imóveis existentes tivesse interligados à rede pública: "Se tivessem mais pessoas interligadas, a tarifa média diminuía. Hoje eu só vejo essa alternativa para reduzir de forma mais drástica a tarifa".

Ele citou o planejamento de atender 100% dos municípios que tem contrato com a empresa, até o fim do ano, com a nova PPP proposta. Os demais municípios, que são 32 no Estado, têm sistemas autônomos de água e esgoto, como autarquias municipais.

Expectativa é que licenciamento da Dessal seja liberado neste mês

As obras da Usina de Dessalinização (Dessal) na Praia do Futuro estão previstas para iniciar ainda no mês de agosto, confirmou Neuri Freitas. Ele ressalta que a ideia é beneficiar 720 mil pessoas.

O projeto da Dessal conta com um investimento total de R$ 3 bilhões ao longo dos 30 anos do contrato de parceria. As obras tinham previsão de duração de dois anos, entre 2024 e 2025, mas acabaram atrasando por conta de uma série de entraves.

O setor da telecomunicação foi responsável por um dos principais embates na construção do projeto. O segmento realizou protestos contra a instalação da usina na região que estava prevista, pela proximidade com os cabos submarinos que garantem a conectividade de alta velocidade ao continente.

As negociações tiveram andamento e a instalação da Dessal foi realocada para outro terreno, mais à esquerda da Praia da Futuro.

O novo local também teve seus problemas, pois famílias residiam na área: "Nessa região, a gente já tem uma área toda cercada. Tinham ocupações, mas essas ocupações dentro dessa área já foram resolvidas [...] Tinham 12 famílias, essas 12 famílias foram indenizadas", disse Freitas.

Reportagem do O POVO, publicada no último dia 14, mostra, no entanto, que as famílias do entorno da poligonal e que residem em situações precárias ainda aguardam soluções. Neuri informa que o remanejamento destas famílias é de responsabilidade do Governo do Estado.

"Agora nós estamos aguardando a liberação do licenciamento ambiental, que aí já seria a licença de instalação para iniciarmos os trabalhos. A nossa expectativa é que ainda agora em agosto a gente tenha essa licença emitida e por consequência começarmos as obras", comentou.

A licença ambiental é dada junto a Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), e requer alguns relatórios para dar seguimento.

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