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Grendene registra R$ 143,6 mi no 2º tri e observa efeito de tarifaço
Economia

Grendene registra R$ 143,6 mi no 2º tri e observa efeito de tarifaço

| Resultado| A venda de calçados entre abril e junho teve crescimento de 1,2%, atingindo 27 milhões de pares vendidos, sendo 22,9 milhões para o mercado interno e 4,1 milhões em exportações
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GRENDENE tem hoje capacidade para produzir 250 milhões de pares de sapato por ano (Foto: Michel Gomes/Grendene)
Foto: Michel Gomes/Grendene GRENDENE tem hoje capacidade para produzir 250 milhões de pares de sapato por ano

A Grendene (GRND3) anunciou nesta quinta-feira, 7, o balanço oficial do 2º trimestre de 2025. No relatório, a indústria calçadista apresentou um resultado líquido de R$ 143,6 milhões, trazendo uma variação de 244,7% em comparação ao mesmo período de 2024, quando teve resultado líquido de R$ 41,6 milhões. Além disso, a empresa mira alternativas ante o tarifaço de Donald Trump em 50% sobre os produtos brasileiros que entram nos Estados Unidos.

Os números de receita líquida também mostraram crescimento de 15,6%, chegando a R$ 555,3 milhões no recorte.

Segundo o diretor financeiro e de relações com investidores da Grendene, Alceu Albuquerque, a empresa apresentou resultados positivos mesmo com as incertezas e inseguranças trazidas pelo cenário mundial.

Dentro do contexto nacional,  a inflação e os juros altos impactam diretamente no poder de compra da população, segurando o "apetite de compra" dos consumidores.

O número de pares vendidos teve aumento de 1,2% no trimestre. Ao todo, a empresa vendeu 27 milhões de pares de abril a junho, sendo 22,9 milhões encaminhados para o mercado interno e 4,1 milhões para o exterior.

A indústria calçadista no seu portfólio marcas como a Grendha, Zaxy, Ipanema, Grendene Kids, Rider, Cartago, Pega Forte e Melissa.

Olhando separadamente para as marcas, destaque para a Melissa, que teve uma alta de 28,9% de receita bruta, e avanço de 5,3% no volume de vendas. O crescimento foi impulsionado, em grande parte, pela campanha de Dia das Mães e Dia dos Namorados, aponta o relatório.

Além da marca mais forte, produtos da Grendene Kids e Ipanema contribuíram para impulsionar o resultado no trimestre.

"Tanto as vendas para o mercado interno como para o mercado externo crescem, mas especialmente do mercado externo, onde a gente tem um crescimento de 88% da receita bruta e do mercado interno cresce 13%. A receita bruta total, ela cresce 25,1%, mesmo com um crescimento ou uma certa estabilidade do volume de pares embarcados", acrescentou.

A receita bruta cresceu acima do volume de vendas por conta de fatores como reajuste praticado no início do ano, além da apresentação de produtos com maior valor agregado e o câmbio diferente, contou o diretor.

Outro fator que influenciou os números foi a matéria-prima, sendo calculado com um valor mais caro pelo aumento do frete internacional.

"Foi um trimestre difícil, tanto para o mercado interno, como para o mercado externo, a gente viu queda no volume para as exportações, mas mesmo com essa queda do volume, nós conseguimos crescer a receita da exportação", concluiu.

A empresa possui quatro fábricas, entre o Ceará e o Rio Grande do Sul, tendo capacidade para produzir 250 milhões de pares por ano. As marcas atingem até 65 mil pontos de vendas pelo Brasil e mais 45 mil no exterior, distribuído entre os 70 países que ela entrega.

O Ebitda (Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização) chegou a R$ 71 milhões, tendo um crescimento de 66,1% em comparação ao mesmo período de 2024, que era de R$ 42,7 milhões.

Grendene estuda alternativas e espera acordo entre governos sobre tarifaço dos EUA

Dentro do cenário global, com as taxações impostas pelo presidente norte-americano Donald Trump, a Grendene espera que negociações entre governos avancem e, ao menos, reduzam a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros.

Ainda que as exportações para o mercado dos EUA representem 4% das vendas internacionais totais da empresa, Alceu conta que as altas taxas praticadas podem inviabilizar a comercialização, tornando os produtos menos competitivos no mercado.

Para tentar driblar as taxas, a empresa busca reajustar os valores de produtos enviados para os EUA, dando descontos para os distribuidores.

A medida busca, ao menos, mitigar os impactos que o tarifaço tem nos produtos. Mesmo com os descontos, os itens ainda ficam mais caros que o mercado, fazendo com que percam competitividade.

"A gente vê que o nosso produto perde competitividade. Então estamos em modo de espera, aguardando evolução das negociações na expectativa que essa tarifa seja reduzida ou eliminada", contou.

Dólar varia pouco no primeiro dia do tarifaço dos EUA a produtos brasileiros, confira:

 

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