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No Ceará, maioria mora em casa e opção por aluguel aumentou
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No Ceará, maioria mora em casa e opção por aluguel aumentou

Censo mostra queda nos imóveis próprios e avanço do aluguel no Ceará, em meio a famílias menores e à verticalização das cidades
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Aluguel sobe para 21,6% dos domicílios em 2024, segundo IBGE (Foto: FCO FONTENELE)
Foto: FCO FONTENELE Aluguel sobe para 21,6% dos domicílios em 2024, segundo IBGE

Em cada dez famílias cearenses, duas já vivem de aluguel. A cena das placas de ‘aluga-se’ espalhadas por Fortaleza traduz o retrato que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirma na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua 2024: o aluguel cresce, enquanto o peso da casa própria encolhe.

O retrato das moradias do Ceará em 2024, expõe que apesar de a casa ainda ser o tipo de domicílio predominante no Ceará, cresce a fatia de moradores que optam por aluguel.

Os dados evidenciam que 21,6% da população residente no Estado vivia em domicílios alugados, contra 18,8% em 2016 — uma alta de 2,8 pontos percentuais no período.

Muito embora tenha tido essa expansão, a maior parte dos cearenses continua em domicílios próprios: 67,2% já pagos e 2,1% ainda em pagamento, embora a participação dessa categoria venha em queda em relação às últimas décadas.

Casas predominam, mas apartamentos avançam

Em termos de tipo de domicílio, o levantamento aponta que a esmagadora maioria dos moradores do Ceará ainda vive em casas (90,8%). No entanto, os apartamentos vêm crescendo, acompanhando o movimento de verticalização em Fortaleza e Região Metropolitana, alcançando 9,2% no último levantamento.

O percentual de moradores em cômodos ou quartos não aparece significativamente na Pnad 2024, mas segue em patamar residual, após queda observada na última década.

Comparação com Nordeste e Brasil

A proporção de cearenses em domicílios alugados (21,6%) está acima da média do Nordeste (20,2%) e praticamente em linha com a média nacional (20,9%).

O estado segue o movimento observado no País, em que o aluguel ganhou espaço na última década, mas ainda abaixo da predominância de imóveis próprios (72,7% no Brasil).

Famílias menores

Um adicional indicador que mostra a remodelação nos padrões de moradia é a redução do número de moradores por domicílio.

Em 2010, a média no Ceará era de 3,3 pessoas por residência; em 2022, caiu para 3,0. A tendência acompanha a nacional, com mais famílias pequenas, lares de uma ou duas pessoas e menos residências superlotadas.

 

O que explica o avanço do aluguel

Especialistas apontam que a expansão do aluguel no Ceará pode estar ligada à urbanização, ao encarecimento do crédito habitacional em determinados períodos, às mudanças no mercado de trabalho e à busca por flexibilidade por parte das famílias.

Em Fortaleza, a oferta de novos empreendimentos verticais também contribuiu para ampliar a base de imóveis disponíveis para locação.

Além dos fatores já listados (urbanização, crédito habitacional, mercado de trabalho e oferta de imóveis verticais), outros aspectos que estão relacionados ao crescimento do aluguel incluem:

  • Mobilidade profissional: pessoas que mudam com mais frequência de cidade ou bairro, preferindo a flexibilidade do aluguel.
  • Mudanças demográficas: aumento de lares com apenas uma pessoa ou casais sem filhos, que optam muitas vezes por não imobilizar renda em um financiamento longo.
  • Custo de vida: em grandes centros, a compra da casa própria pode ser inviável frente à renda média.
  • Mercado imobiliário: aumento da oferta de unidades para locação impulsionada por construtoras e investidores.

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