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Governo lança crédito de R$ 12 bilhões para modernizar indústria
Economia

Governo lança crédito de R$ 12 bilhões para modernizar indústria

Nova linha de crédito do BNDES e Finep destina R$ 12 bilhões a empresas para aquisição de máquinas inteligentes e modernização do parque fabril
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Presidente Luiz Inácio Lula da Silva anuncia em Brasília a ampliação de recursos do BNDES e Finep para modernização industrial com tecnologia 4.0 (Foto: Kayo Magalhães/BNDES)
Foto: Kayo Magalhães/BNDES Presidente Luiz Inácio Lula da Silva anuncia em Brasília a ampliação de recursos do BNDES e Finep para modernização industrial com tecnologia 4.0

O Governo Federal anunciou nesta segunda-feira, 25 de agosto, em Brasília, uma nova linha de crédito voltada à modernização do parque fabril brasileiro, com foco na adoção de tecnologias associadas à chamada Indústria 4.0.

O programa disponibilizará R$ 12 bilhões em recursos, por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), destinados ao financiamento de máquinas e equipamentos de ponta.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) destacou que a iniciativa tem como objetivo impulsionar a produtividade e a competitividade da economia brasileira.

Os financiamentos contarão com taxas incentivadas, que combinam a Taxa Referencial (TR) com custos de mercado.

A medida decorre da Resolução nº 5.232, aprovada pelo Conselho Monetário Nacional em julho, que ampliou para até 2,5% o saldo dos recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), sob gestão do BNDES, destinados a financiamentos atrelados à TR.

Estrutura da linha de crédito

Do total de recursos, R$ 10 bilhões serão operados pelo BNDES, dentro da linha Crédito Indústria 4.0, que integra o Plano Mais Produção, eixo da política industrial Nova Indústria Brasil (NIB).

Serão financiados equipamentos que incorporem tecnologias de robótica, inteligência artificial, internet das coisas (IoT), computação em nuvem, comunicação máquina a máquina e sensoriamento.

A Finep, por sua vez, aportará R$ 2 bilhões por meio da linha Difusão Tecnológica, voltada a empresas instaladas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. O objetivo é reduzir assimetrias regionais e estimular a indústria nacional de bens de capital.

Segundo o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, a expectativa é de que os primeiros créditos sejam aprovados a partir de 15 de setembro. Ele ressaltou que os bancos credenciados atuarão como repassadores dos recursos, mas o próprio BNDES também poderá operar diretamente os financiamentos.

Condições e beneficiários

A linha prevê custo financeiro limitado a 8,5% ao ano, o que representa redução média de 6% em relação às taxas atualmente praticadas no mercado.

O formato é considerado vantajoso especialmente para micro, pequenas e médias empresas (MPMEs), que terão acesso facilitado ao crédito.

Os projetos de aquisição de máquinas e equipamentos terão limites diferenciados:

  • MPMEs: até R$ 50 milhões, via rede credenciada do BNDES (financiamento indireto)
  • Médias e grandes empresas: até R$ 300 milhões, em operações diretas com o BNDES
  • Fabricantes de equipamentos 4.0: apoio na comercialização de seus produtos, também limitado a R$ 300 milhões
  • Modernização do parque industrial

Dados do setor apontam que o parque fabril brasileiro enfrenta defasagem tecnológica significativa. A idade média do maquinário em uso no país é de 14 anos, enquanto 38% dos equipamentos já estão próximos ou além do ciclo de vida ideal indicado pelos fabricantes.

Esse cenário impacta a eficiência, eleva custos de manutenção e de energia e compromete a competitividade internacional da indústria nacional.

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou que o programa representa um passo decisivo para a modernização da produção no País.

“Máquinas e equipamentos vão fazer com que a indústria ganhe competitividade, reduza custos e modernize o parque industrial brasileiro”, declarou.

O presidente da Finep, Luiz Antonio Elias, destacou que a participação da instituição visa apoiar empresas de menor porte em regiões historicamente menos atendidas, contribuindo para reduzir desigualdades regionais.

Perspectivas

De acordo com Mercadante, a iniciativa reforça dois eixos centrais da Nova Indústria Brasil: o aumento da produtividade e a difusão tecnológica.

Ele avaliou que o crédito estimula setores com maior intensidade em pesquisa e desenvolvimento, com capacidade de irradiar inovação para toda a economia.

Nas redes sociais, o vice-presidente Geraldo Alckmin também comentou o lançamento.

“Agora é hora de deixar o maquinário todo novo. Junto com o @bndesgovbr, o presidente @LulaOficial lançou uma linha de crédito especial, juros reduzidos, de R$ 12 bilhões para as indústrias brasileiras renovarem seu maquinário, fazendo dos trabalhadores mais produtivos e dos produtos brasileiros mais atrativos para o mundo”, escreveu.

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