O Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp) terá um novo terminal de cargas a partir de setembro deste ano, com operação do grupo suíço Fracht Log.
A operação tem como objetivo atender produtos que exigem cadeia de frio contínua, como frutas, pescados e carnes. Ao todo, serão investidos R$ 105 milhões.
Em entrevista ao O POVO, o diretor-geral da Fracht Log no Brasil, Thiago Abreu, explicou que o terminal foi planejado para dar mais competitividade aos produtores e importadores locais.
“São segmentos que demandam temperatura controlada do início ao fim. O Ceará já tem forte vocação para exportação desses produtos e queremos potencializar isso com mais segurança e previsibilidade logística.”
Assim, o terminal possui uma área de 107 mil m². Destes, cerca de 50% será concluído para ser utilizado ainda em setembro e o restante até o fim de 2025. São 17.000 m² de área construída, com 9.800 m² dedicados a armazéns secos e frigoríficos.
Thiago Abreu, no entanto, não descarta uma nova expansão, pois ainda possuem mais de 1.000 m² para explorar.
“Obviamente, dada as circunstâncias e as demandas que o mercado vai trazer, a gente pode ter uma expansão muito em breve. Mas isso se deve a questões realmente políticas e econômicas, as quais a gente não tem como prever.”
Quanto à geração de empregos, o terminal deve promover cerca de 80 empregos diretos e 400 indiretos, tanto na operação quanto na manutenção e transporte das cargas.
O empreendimento foi projetado para oferecer uma cadeia de serviços completa: frete marítimo, despacho aduaneiro, armazenagem e transporte, permitindo que clientes tenham em um só parceiro todas as etapas do processo logístico.
Com suporte para cargas resfriadas (frutas) e congeladas (aves, carnes e peixes), o equipamento poderá abrigar até 174 mil toneladas por ano de cargas resfriadas, congeladas e secas.
Além disso, a Fratch Log já está em negociações com outras três empresas para se beneficiarem do local. Duas delas, do setor de pescado, estão em fase final de assinatura de contrato.
A outra é um frigorífico que, atualmente, exporta pelo Porto de Santos e economizaria 600 km de logística migrando para o Ceará.
Conforme o diretor-geral da empresa, Thiago Abreu, a ideia é exportar para países como Estados Unidos, assim como outros da Ásia e da Europa.
“Nós temos alguns produtos que são destinados ao mercado norte-americano, que, infelizmente, por questões econômicas globais, está temporariamente suspenso por conta do tarifaço. Mas nós temos também a grande possibilidade de trazermos novos clientes de carne bovina e aves para exportar para a Ásia […] Temos diversos outros mercados que podemos atender, como a Europa, principalmente para frutas.”
Nesse sentido, reforça que o principal objetivo do projeto é atrair novos produtos para que eles possam, cada vez mais, fomentar e aumentar o volume de cargas do Pecém. Hoje, Thiago Abreu explica não haver uma estrutura adequada para manter cargas sensíveis, como carnes, pescados e aves.
“Muitas vezes, boa parte desses produtos é escoada por outros portos, trazendo para nós esse déficit em movimentação. Então, o projeto foi concebido realmente para alavancar a movimentação desse tipo de produto com controle de temperatura no Ceará.”