O mercado imobiliário segue aquecido no primeiro semestre de 2025, atingindo mais de R$ 4,3 bilhões em vendas de janeiro a julho.
O número corresponde a um aumento de 6% comparando com igual período de 2024. O dado é impulsionado, em grande parte, pelo acréscimo de 62% nas vendas dos loteamentos em Fortaleza e Região Metropolitana (RMF), mostrando um fortalecimento no formato de moradia.
Os dados são do Panorama do Mercado Imobiliário de Fortaleza e Região Metropolitana de julho, apresentados nesta quarta-feira, 27, pela Comissão de Pesquisas (CPES) do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado (Sinduscon-CE), em parceria com a Brain Inteligência Estratégica.
Dentro da modalidade de loteamentos, foram comercializados no semestre 4.054 unidades, 3.805 delas na RMF e 249 em Fortaleza.
O Valor Geral de Vendas (VGV) também subiu em 79%, chegando a mais de R$ 725 milhões. Em igual período de 2024, o índice era de R$ 405 milhões.
Patriolino Dias de Souza, presidente do Sinduscon-CE, disse ao O POVO que a valorização dos terrenos em áreas da RMF se dá muito por conta dos valores praticados.
"Quando você coloca os números de loteamento, em relação ao ano passado, eles tiveram um incremento de 62%. [...] Em 24 a gente teve um número excelente, mas não era tão pujante. Então, as pessoas abraçaram, sim, porque o loteamento é a menor prestação que a pessoa pode pagar, então isso ajuda também essas vendas a acontecerem", comentou.
A tendência de crescimento segue em todos os setores do mercado, olhando para os residenciais verticais, ou seja, os apartamentos. O VGV chegou a R$ 3,14 bilhões, tendo acréscimo de 24% em comparação ao período anterior.
As vendas da categoria vertical demonstraram alta de 37%, destacando o padrão econômico, que cresceu 83%. Dos 6.583 apartamentos vendidos em Fortaleza no semestre, 3.250 eram de padrão econômico, enquanto 3.333 foram de outros padrões.
Já na Região Metropolitana, os prédios caíram 8% nas vendas, totalizando 2.492 unidades comercializadas de janeiro a julho. No recorte, 1.940 foram de padrões econômicos e 552 dos demais modelos.
Mais da metade das vendas de apartamentos em Fortaleza e RMF foram concentradas nos imóveis de categoria econômica. Segundo Patriolino, o crescimento da modalidade passa por um auxílio de programas governamentais como: Minha Casa e Minha Vida e Entrada Moradia Ceará.
O relatório apresentou uma leve redução de 0,5% no metro quadrado (m²) de Fortaleza, no mês de julho.
O valor na Capital está avaliado em R$ 11.335 por M². Pegando o recorte do acumulado de 12 meses, o índice teve alta de 5,4%.
Com o recorte do panorama, os dados também apresentaram os bairros com preço médio do m² mais caro, quando falamos de apartamentos. Confira os bairros mais caros:
Praia de Iracema - R$ 20.238
Meireles - R$ 18.299
Mucuripe - R$ 16.811
Aldeota - R$ 15.523
Fátima - R$ 14.116
Dionísio Torres - R$ 13.320
Centro - R$ 13.305
José Bonifácio - R$ 12.911
Edson Queiroz - R$ 12.741
Cocó - R$ 12.267
As vendas totais do semestre demonstraram bom panorama, totalizando 9.756 unidades vendidas: 6.681 em Fortaleza e 3.075 na Região Metropolitana. O número, assim como o geral, teve um aumento de 18% comparando com 2024, quando foram vendidas 8.293 habitações.
"É impressionante como a gente tem um mercado em Fortaleza, região metropolitana, muito sadio. Sadio porque a gente ainda está conseguindo vender mais do que é lançado. Então isso faz com que diminua aí também os estoques. E a gente tem um número expressivo de vendas em Fortaleza", acrescentou Patriolino.
O presidente comentou que o cenário segue sendo positivo, com possibilidade do mercado "melhorar mais ainda".