Incluindo Fortaleza, 24 das 27 capitais brasileiras analisadas tiveram redução no preço da cesta básica em agosto.
A análise é realizada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), por meio da Pesquisa Nacional de Preços da Cesta Básica de Alimentos.
Maceió (-4,10%), Recife (-4,02%), João Pessoa (-4%), Natal (-3,73%), Vitória (-3,12%) e São Luís (-3,06%) obtiveram as maiores reduções no valor da cesta de produtos.
Nem todas as cidades entraram no cenário positivo de baixas: Macapá (0,91%), Palmas (0,65%) e Rio Branco (0,02%) contaram com o aumento geral dos 12 itens considerados.
Olhando o recorte do ano entre dezembro de 2024 e agosto de 2025, nas 17 capitais onde é possível analisar, Fortaleza (7,32%) teve a maior elevação. Recife (6,93%) e Salvador (5,54%) entram em seguida.
Mesmo com o panorama de queda, algumas capitais ainda possuem média elevada do valor na cesta básica, é o caso de São Paulo, com o maior valor. O preço da cesta na capital paulista chegou a R$ 850,84 em agosto.
Florianópolis (R$ 823,11), Porto Alegre (R$ 811,14), Rio de Janeiro (R$ 801,34) e Cuiabá (R$ 800,22) entraram na sequência entre os valores mais caros.
Entre os que tiveram os menos valores, Aracaju (R$ 558,16), Maceió (R$ 596,23), Salvador (R$ 616,23), Natal (R$ 622) e João Pessoa se destacaram. A média da cesta básica nacional ficou em R$ 700,51.
Fonte: Dieese e Conab
Levando como base o valor praticado em São Paulo, o maior registrado no Brasil, seria necessário ter um salário mínimo de R$ 7.147,91 para a manutenção de uma família de quatro pessoas, considerando gasto com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário e higiene, transporte, lazer e previdência, aponta Dieese.
O montante é 4,71 vezes maior do que o salário mínimo nacional, de R$ 1.518. Com o recebido atualmente, tirando o desconto de 7,5% da Previdência Social, o trabalhador nacional compromete 49,89% do recurso com a alimentação básica.
O preço da cesta básica em Fortaleza também teve uma deflação, de 2,04% em agosto. Com a redução, o conjunto dos 12 principais produtos que compõem a cesta passaram a custar R$ 723,06 na Capital.
Considerando o salário mínimo praticado no País, que é de R$ 1.518, o trabalhador precisaria despender 104h e 47 minutos de sua jornada mensal para comprar os alimentos essenciais. A jornada mensal correspondente é de 220h, atualmente.
Segundo a análise, uma família de dois adultos e duas crianças gasta em média R$ 2.169,18 com alimentação em Fortaleza. Levando em conta o salário mínimo, o trabalhador fortalezense compromete 51,49% do seu salário mensal com alimentos básicos.
No contexto de semestre e ano na Capital, o valor teve variação de 1,74% e 14,68%, respectivamente. Os números mostram que a cesta básica está mais cara que no começo do ano (R$ 710,66), e igual de 2024 (R$ 630,48).
Entre os principais itens que tiveram maior impacto na redução do valor geral estão: tomate (-12,49%), arroz (-2,43%), feijão (-1,94%) e açúcar (-0,94).
Em compensação, a banana (3,13%) o óleo (2,17%) e o leite (1,05%) tiveram alta nos valores. Confira a lista com os itens que tiveram variação:
Fonte: Dieese e Conab
• Valor da cesta: R$ 723,06.
• Variação mensal: -2,04%.
• Variação em 6 meses: 1,74%.
• Variação em 12 meses: 14,68%.
• Jornada necessária para comprar a cesta básica: 104 horas e 47 minutos.
• Produtos com alta em relação ao mês anterior: banana (3,13%), óleo (2,17%), leite (1,05%), café (0,14%), e manteiga (0,06%).
• Produtos com redução em relação ao mês anterior: tomate (-12,29%), arroz (-2,43%), feijão (-1,94%), açúcar (-0,94%), carne (-0,57%) e pão (-0,24%).
• Produtos sem alteração em relação ao mês anterior: farinha (0,00%).
• Percentual do salário mínimo líquido (R$ 1.404,15) para compra dos produtos da cesta básica na capital: 51,49%. • R$ 7.147,91 é o salário mínimo necessário para uma família com 4 pessoas, o que corresponde a 4,71 vezes o mínimo vigente, de R$ 1.518.