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Com recuo de 0,11% em agosto, Brasil registra a primeira deflação em um ano
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Com recuo de 0,11% em agosto, Brasil registra a primeira deflação em um ano

| Aponta IBGE | Em Fortaleza, inflação registrou queda de 0,07%
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RECUO nos preços dos alimentos contribuiram para queda na inflação (Foto: FERNANDA BARROS)
Foto: FERNANDA BARROS RECUO nos preços dos alimentos contribuiram para queda na inflação

Influenciado pela queda de preço dos alimentos (-0,46%) e de energia (-4,21%), o índice oficial de inflação do Brasil teve variação negativa de 0,11% em agosto. Esta é a primeira deflação registrada no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desde agosto do ano passado (-0,02%) e a maior
queda no indicador desde setembro de 2022 (-0,29%).

Em Fortaleza, a inflação também recuou, mas em menor intensidade (-0,07%). Os dados foram divulgados
ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No Brasil, 14 das 17 regiões analisadas tiveram deflação em agosto. As únicas altas foram vistas em Vitória (0,23%), Brasília (0,11%) e São Paulo (0,10%). Por outro lado, as baixas mais significativas foram
constatadas em Porto Alegre (-0,40%), Goiânia (-0,40%) e Rio de Janeiro (-0,34%).

O que pesou para queda da inflação em Fortaleza?

Na passagem de julho para agosto, a Grande Fortaleza teve queda no grupo habitação, influenciada pela variação negativa da energia elétrica residencial (-3,53%).

O grupo de alimentação também teve forte impacto na RMF, entre os produtos que mais caíram de preço em agosto em Fortaleza, temos destaque os alimentícios como: manga (-21,47%), cebola (-19,74%), tomate (-15,85%) e até a picanha (-4,59%).

Já os itens que mais subiram de preços em geral, observamos o Maracujá (7,23%), peixe tilápia (4,67%), jogo de azar (3,6%) e conserto de automóvel (3,56%). Ao fim da matéria veja os dez itens que mais alteraram os preços.

No acumulado do ano de 2025, a RMF atingiu inflação de 3,09%, o que foi abaixo da média nacional no período, de 3,15%.

Deflação: entenda a queda de preços no Brasil

No Brasil, o índice de retração teve impacto da habitação (-0,90%), alimentação e bebidas (-0,46%) e transporte (-0,46%), conforme o relatório.

Nem todos os setores reduziram, educação (0,75%) e despesas pessoais (0,40%) elevaram os gastos.

Segundo o economista da FGV-Ibre, Andre Braz, o número atingido no País só foi possível pela baixa no valor da energia, mas alimentação e transporte também tiveram taxas negativas.

"A principal influência individual foi a no preço da tarifa de energia, que ficou quase 5% mais barata em agosto. Então, se não fosse esse efeito da energia, a gente teria uma inflação mais próxima de zero, sugerindo mais estabilidade de preços do que uma deflação".

No transporte, o especialista citou a redução no valor da gasolina como fator importante. Ele explicou que atualmente o combustível teve alteração na fórmula, aumentando a porcentagem de etanol no composto, o que gerou a deflação.

A alimentação foi um ponto que ainda pode causar uma certa instabilidade futura, segundo ele.

O economista comenta que preços de produtos como: soja, café, milho e a carne começaram a subir para produtores, o que pode gerar um aumento nos próximos meses, ou ainda uma redução mais "tímida".

Ele avalia que a alimentação sofre impacto direto em relação às tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos, mas que o país já tem buscado novos mercados para escoar a produção, como a China.

"A carne é um item que realmente ficou caro e não é qualquer queda pontual do preço que vai convidar o consumidor colocá-la no carrinho de novo", acrescentou.

A alta do produto bovino é ocasionada tanto pela questão das tarifas, quanto pelo período de "entressafra", gerando uma oferta menor do produto e aumento do preço.

Ainda que com cenário de deflação, o número foi menor do que esperado no mercado. Andre citou a alta da mensalidade escolar e do ensino superior como pontos que pesaram na análise do mercado: "Era uma informação que nem todos consideraram".

O IPCA abrange as famílias com rendimentos de 1 a 40 salários mínimos, enquanto o INPC, as famílias com rendimentos de 1 a 5 salários mínimos.

São avaliadas as regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal e dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju.

Entre as cidades, Porto Alegre (-0,40%), Goiânia (-0,40%), Rio de Janeiro (-0,34%), São Luís (-0,28%), Belo Horizonte (-0,26%), Aracaju (-0,26%) e Recife (-0,24%) tiveram as baixas mais significativas.

Três localidades foram na contramão do país e obtiveram alta no IPCA, são elas: Vitória (0,23%), Brasília (0,11%) e São Paulo (0,10%).

Veja os produtos que mais caíram em Fortaleza:

Manga (-21,47%)
Cebola (-19,74%)
Tomate (-15,85%)
Tubérculos, raízes e legumes (-13,01%)
Goiaba (-10,09%)
Batata-inglesa (-9,81%)
Passagem aérea (-7,53%)
Tempero misto (-4,9%)
Picanha (-4,59%)
Utensílios de metal (-3,82%)

Veja os produtos que mais subiram em Fortaleza:

Maracujá (7,23%)
Peixe tilápia (4,67%)
Cenoura (3,99%)
Jogo de azar (3,6%)
Conserto de automóvel (3,56%)
Acessórios e peças (3,52%)
Pacote turístico (3,25%)
Conserto de aparelho celular (3,19%)
Chocolate e achocolatado (3,03%)
Tênis (2,91%)

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