A indústria do Ceará teve retração de 0,3% na passagem de junho para julho, na terceira queda seguida de um mês para o outro.
Foi no caminho apresentado pelo índice nacional, que evidenciou variação negativa de 0,2% frente ao mês imediatamente anterior, na série livre de influências sazonais, com sete dos quinze locais pesquisados apontando taxas negativas.
Na análise de julho de 2025 frente aos resultados de igual mês do ano passado, a produção cearense ficou estável e não variou (0%). Já no acumulado do ano houve recuo de 0,4%. Porém, na soma dos 12 meses ainda há resiliência do setor no Estado, com avanço de 2,3%.
Desde o começo de 2025, os únicos resultados positivos apresentados no Ceará foram vistos em janeiro (8,9%) e março (3%). Fevereiro (-0,5%), abril (-3,5%), junho (-1%) e julho (-0,3%) negativaram na passagem de um mês para o outro.
Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física (PIM-PF) divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o analista da pesquisa, Bernardo Almeida, a taxa de juros em patamares elevados ajuda a explicar essa perda de ritmo na produção industrial na passagem de junho para julho.
"Juros altos acarretam diretamente no encarecimento do crédito, no comprometimento da tomada de decisões de investimento das empresas e de consumo das famílias. A consequência disso recai sobre a cadeia produtiva, que acaba arrefecendo a produção de forma a adequá-la a essa conjuntura atual", acrescentou.
No Ceará, para a indústria geral, os produtos selecionados alcançam, aproximadamente, o nível de cobertura de 100 itens, correspondendo a 73% de abrangência do levantamento localmente. (Beatriz Cavalcante)
Brasil
Em julho de 2025, frente a junho, Paraná (-2,7%), Bahia (-2,6%), Minas Gerais (-2,4%) e Pará (-2,1%) tiveram os maiores recuos. Já Espírito Santo (3,1%) lidera a alta